.
A face impressa na folha.
As pálpebras dormentes
a saliva o pelo a ruga
infiltram o poema.
Palavras devoradas
na sórdida mesa com restos
de madrugada fria
unhas e fios de cabelo.
O lápis risca a raiz
a cal o caminho mais
curto até o raio de sol
incrustado na gelosia.
O que é meu está guardado:
coração sujo encouraçado
relógio tictaqueando insuspeito
no fundo de uma gaveta.
.
João Lima
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário