terça-feira, 22 de julho de 2025
África — poema de Anésio Pereira Dutra
Homens de recusada mortalidade
esfregam tiros e risos
na pele da criação.
Enlutam cores,
riscam o sangue,
rasgam e ferem
a mãe do futuro.
Desaquecidas do sol,
imoladas bocas negras
cospem o espanto
e protegem as velas
com o arco das mãos.
São como pedras
sem seu destino mineral.
E, quando o chão murmura
os nomes e as dores lavadas,
homens de recusada mortalidade
amputam sementes,
remarcam sonhos,
embriagam o presente
e fazem chorar a mãe de criação.
Anésio Pereira Dutra
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