a noite no sofá
é pele
cascata
que não alcança
a janela.
as tardes
se trancafiam
nos cantos da sala:
desperto
meu bonde abandono
a mão no parapeito
e minha garganta
que voa.
Lorena Martins
Feito um menino que levantasse a lona do circo,
espiava debaixo da linha do horizonte.
Aprendeu a dar risada do destino.
Paulo D'Auria
brasília, brasília,
onde estás
que não respondes?!
em que bloco,
em que superquadra
tu te escondes?!
Nicolas Behr
Breve pedaço de madeira,
em atrito contra a superfície áspera,
dura, impassível.
Não ceder, mas romper-se, incandescente.
O fogo, o lume,
que súbito se apaga.
Paloma Roriz
O passado não dorme
nem jazz.
Recusa a quietude
da memória
mas sem me chamar
para dançar.
Gira mudo e sozinho, sozinho,
entrecruzando meus caminhos
presentes, lançando ao ar
o perfume em torvelinho
de passados outros, e presentes, e futuros
que poderiam ser, e ter sido, e contudo...
Thássio Ferreira
[...]
digamos
que todo poema
é aquilo que sobra
de uma pessoa;
almoçar, então, ao lado deste poema
é almoçar ao lado de qualquer pessoa
é construir as rampas que nos guiam para o alto
e as escadas que nos levam para baixo
Danilo Diógenes
a minha poesia é lírica
tem a beleza bucólica
do voo de uma andorinha
tem o latido melancólico
de um cachorro campestre
tem a solidão jururu
de uma galinha ciscando
mas o que ela queria mesmo
era ter...
a força do tigre
a astúcia do coiote
a agilidade do jaguar
e o mistério do morcego
Jovino Machado
se nós escrevêssemos
tudo o que sentíssemos
estaríamos sempre sós
e para sempre ocupados
porém não tão infelizes.
Leonardo Marona
Quando eu morrer,
filhinho, não se
esqueça de colocar água
com açúcar no potinho.
Te visitarei disfarçado
de beija-flor.
Daniel Viana
ecos do dia
num caleidoscópio
movem-se lentas larvas
entre palavras e coisas
In other words:
ninguém sonha em prosa.
Patrícia Lavelle
Un viento de recuerdos
atravesó mis sueños,
ha traído su olor
rojo, sin dueños.
Mi dejarte
sola, embarazada
de calidez y libertad.
Jade Prata
Eu sou um trem de ferro
Que leva minérios
No coração.
Eu sou um trem de ferro
Que traz histórias
No vagão.
Eu sou um trem de ferro,
Seguindo os trilhos
Da palma da minha mão.
Petrônio Souza Gonçalves
Pouco se sabe dos Passarinhos Verdes.
Apenas que eles nos procuram
para se alimentar das surpresas.
Pousam em galhos discretos
e se escutam:
— Olha! Um pass...
Voam para longe, felizes por
terem completado seu destino.
Pedro Lago
dançarina baiana perdeu o rebolado nas areias de copacabana. quem encontrá-lo, é favor devolvê-lo.
muito mais que monetário, ele é de inestimável valor afetivo para sua dona.
mary saravá
7407-0198
Letícia Féres
No opositor me encontro,
encontro eu, você e a fera.
No opositor me escondo,
escondo eu, você e a fera.
No opositor penso que penso,
mas na verdade é fera, fera e fera.
Luiz Fernando Priamo
"No que você pensa quando olha p/ mim?"
"Qual o centro do mundo p/ você?"
"Você não pensa que é o centro do mundo, pensa?"
"Pode morrer sem ternura?"
Franklin Alves Dassie
como se chama
esse lugar
que existe
depois que
a noite
termina?
Otávio Campos
Apresento-te o tempo,
o tempo grande das coisas mínimas.
O sol cabível no grão,
o chão do lugar onde pisas,
o presente de estar em tuas mãos,
soberano amor eterno,
luz infinita manifesta em mim.
Flávia Muniz Cirilo
ela tinha os olhos de ressaca
não era capitu, era cachaça
morava no centro da cidade
ardia de suor e fumaça
ia e vinha como uma onda
sem lua
ela era metade gente
e a outra não era peixe
mas ela cantava, iemanjá
e eu me afogava
Amanda Bruno
cada são paulo a que retorno
toca tanto que é ruim
na marginal eu quase choro
só porque me sinto vir
pernambucano paulistano
como tantos por aqui
tenho-a minha toda e tanto
que não a posso possuir
Frederico Barbosa
sonharás com o rio
tuas ausências
irão penetrar como lâminas
nos tímpanos do sonho
o rio falará contigo
irás chorar
tua dor caberá no rio
e o rio caberá em tua lágrima
Wanda Monteiro
A noite vai alta.
No quarto, o luar
acende o retrato
de um menino. O mar
conta velhos contos
de morrer e amar
e o menino o escuta
no retrato ao luar.
[...]
Ruy Espinheira Filho
Hoje rodei o planeta na rede de minha varanda.
Antes de rir, me entenda um segundo:
minha cabeça, meu mundo.
Rodrigo Raro
Quando o coração se inflama
incendiado pela paixão
esse fogo não ilumina;
é como o cogumelo venenoso
que brota durante a noite úmida:
não alimenta, queima, apenas queima
o organismo, e alucina.
Renato Rezende
viver é hoje, tão prosaico
e em prosa tudo segue, lento
mas eis que de repente irrompe
uma ideia simples, você
tão pequenina pulsação
fruto brotado nesta folha
vela e revela, mostra e guarda
o que está além da prosa, em verso
Henrique Rodrigues
fiz as pazes comigo mesmo
de hoje em diante
seremos bons inimigos.
Braulio Coelho e Breno Coelho
a voz é cigana,
estrangeira ao que se amontoa:
beleza
sobre beleza
sobre beleza,
na agricultura da ordem pela novidade.
a voz é pássaro recolhido
enquanto chuva, ruína e arado.
Daniel Valentim Mansur
a falta de lugar
ocupa todos os cantos
o não estar estando viva
é a causa do meu espanto
Luciana Tonelli
no
bambuzal
brisa
faca
afia
o som
das folhas
ásperas
impertinentes
em voos
suicidas
Carlos Orfeu
Bem que esse seu beijo
podia ser inteiro
e não metade
Durar um ano inteiro
e não uma tarde.
Hudson Pereira
Aquele cadeira
na sua plenitude imovél
parece iluminada
por uma certeza tranquila
Aquela cadeira desconhece-nos
Roberta Lahmeyer
(Morro da Favela, Tarsila do Amaral, 1924)
Uma família reunida,
sem pensar na comida.
O tempo é ocioso:
e traz quase um milagre!
Uma paisagem bela, repleta de cor:
esse é o cenário da favela moderna.
Plantas desérticas, cachorro satisfeito…
Até me esqueço da realidade
que não foi pauta de toda Modernidade.
Eu nunca vi e…
Ainda não vejo uma favela assim.
Será que a Modernidade não chegou para mim?
Kamily Durval
boêmio como a cachaça de minas
manso como um queijo minas.
e energético
como
o minério
férrico feérico
de minas.
Matheus José Mineiro
meu voo rasante
em seu ventre
joguei faíscas de sonhos
após saltar sem pára-quedas
sobre o hálito dos desejos
Rogério Snatus
Como eu posso deixar você ir se o ar que eu respiro são as suas raízes que cresceram na minha medula?
Tenho medo do meu corpo. Ele é opaco a mim, uma sombra do tempo presente. Ao outro, ele é translúcido, uma extensão de um passado que não me pertence.
Tenho medo de quem a essa couraça pertence.
Tenho medo da dor.
Eu sei que a dor é maior do que a psiquê consegue carregar e do que a carne sustentará, mas até quando a carne é o fardo do ser de ser humano?
Enfim, tenho medo da minha dor.
Maria Júlia Barroca
com a mesma
precisão
que corto meus
lábios
faço origamis
de ventania.
dobro um boneco de neve, um barco, uma língua.
seco meus cortes
com origami
e saliva.
Ana Tereza Salek
afundar na lama
areia movediça
uma pedra podre
uma falsa cortiça
uma triste musa
atrás da treliça
um amor insone
que morre de preguiça
um ateu que xinga
que não vai à missa
um fogo frio
que a cinza atiça
Marcelo Dolabela
Resistir,
feito
aquele
resto de
poeira
entre a
pá e a
vassoura.
André Giusti
Evoé Ozwald de Andrade!
A partyr da leytura da sua obra, tudo o que fyz foy ynfluencyado por você! Você foy meu Shakespeare, meu Goethe, me trouxe a chave para toda a cultura brazyleyra! Você entendeu que o mundo acabarya por se tornar um lugar movydo pela antropofagya. Tudo que ze chama de myx, tudo o que ze vê de ymygração que contorna cydadez e devora a cultura ocydental, é a próprya cultura, que eztá comendo e vay comer o mundo. Oz povoz devoram e vomytam o moralysmo, a noção do bem e do mal, da cultura purytana, az utopyaz, az ygrejaz. A coyza não é mayz zer zocyalyzta ou yr para o céu. Não exyzte mezzyaz, zó devoração! Bebo na zua fonte de pós-modernyzta, com a zabedorya de que a Europa já não é mayz o centro do mundo. Contra todoz oz ymportadorez de conzcyêncya enlatada! O centro do mundo deve ser forjado na memórya doz grandez genocýdyoz da modernydade: o yndýgena e a dyázpora negra.
O “Rey da Vela” foy uma forma que você noz deu de tentar aprender, atravéz de sua conscyêncya revolucyonárya, uma realydade que era e é o opozto de todaz az revoluçõez. O texto foy uma revolução de forma e conteúdo para exprymyr uma não-revolução. Uma modernydade abzoluta de Ozwald de Andrade! Ou uma eztagnação da realydade nacyonal. Ou zenylydade mental nozza. Em 1967, o Teatro Ofycyna Uzyna montou “O Rey da Vela”, e, enquanto dyretor, adaptey-o lyvremente à cena. Uma montagem fyel ao texto zerya um contrazzenzo, conzyderando o poder cryatyvo anárquyco dezze texto oswaldyano. A partyr dezza montagem, aprofundamoz a preocupação com o gezto e com o corpo, a partyr de laboratóryos de estudoz do corpo. O corpo é tydo como uma máquina dezejante, uma produção dezejante, é a superfýcye para o regyztro de toda produção de dezejo. Eram ymportantez oz depoymentoz pezzoayz bazeadoz no geztual: querýamoz eztudar oz geztoz fundamentayz que az pezzoaz adquyrem em função de zeuz ofýcyoz, ou zeja, o gezto doz bancáryoz, doz polýtycoz, doz médycoz, doz eztudantez. Havya nezzez laboratóryoz uma fonte fantáztyca de aprendyzado! Quantas coyzaz poderýamoz entender atravéz do corpo! Numa noyte, zentadoz no Bar Cervantez, obzervey todoz oz homenz que entravam, e ao subyr o degrau, davam uma ajeytada no saco. Concluý que ajeytar o zaco era uma verdadeyra obzezzão mazculyna. Mays tarde ezze gezto foy eztylyzado e uzado, em momentoz precyzoz, peloz pryncypayz perzonagenz de “O Rey da Vela”. E atravéz do corpo e do coro, embebydoz pelo saber antropofágyco, codyfycamoz o zeu texto em cena.
Com a montagem de “O Rey da Vela”, o Ofycyna entra na revolução cultural de dezcolonyzação completa do Brasyl, retomando a Antropofagya da Cultura doz Ýndyoz Caetéz que comeram o Byzpo Portuguêz Zardynha que ya à Europa buzcar mulherez brancaz para cruzarem com oz colonoz portuguezez. Devoramoz o teatro do Hemyzféryo Norte, comydoz pelaz culturaz que azzumymoz em nozzo corpo: a doz ýndyoz, doz ezcravoz afrycanoz, doz emygrantez que cozynharam a mazza da meztyçagem doz Bayxoz do Brazyl. Em cena, adoto o nú! O nú de coztaz, de lado, frontal! O que atropela a verdade é a roupa, o ympermeável entre o mundo ynteryor e o exteryor. Eztar nú em cena é uma reação contra o homem veztydo, veztydo à la colonyalydade!
Em homenagem a você e aoz 50 anoz do Teatro Ofycyna, montamoz o ezpetáculo Macumba Antropófaga em 2011, a partyr da leytura do Manyfezto Antropófago de 1928. A Revolução Caraýba ze tranzformou num ato, em um rytual cênyco, onde oz artiztaz-dançarynoz tornaram-ze “Tupynambáz e Aymoréz”, oz corpoz e o coro preenchendo o ezpaço cênyco. Todo o ezpaço ze torna um ezpaço cênyco no Ofycyna, daz ruaz do bayrro da Bexyga até a próprya eztrutura do teatro. O Ofycyna é um terreyro eletrônyco! Em cena: todoz - artyztaz, técnycoz, e públyco numa yntegração (devoração) antropofágyca. Só a antropofagya noz une! É a ley do homem, a únyca ley do mundo. E azzym, fazemoz contato com o Brazyl Caraýba, com o ynztynto Caraýba.
Ao dylema hamletyano do mundo ocydental cryztão “to be or not to be” você rezpondeu: “YEZ, TUPY” e, atravéz do Teatro Ofycyna, retornamoz ao mundo bárbaro amerycano, azyátyco, afrycano. A mynha antena do mundo é Ozwald de Andrade! O meu coração zegue uma pulzão dyonysýaca! O meu ezpýryto ze materyalyza no corpo atravéz do teatro… experymento Deuz atravéz do corpo! Teatro como reztytuyção do tezão pelo próxymo! Teatro como centro orgyástyco! Te-ato! Como ato. Teatro como uma vyda ao avezzo: morte ynycyátyca atravéz da antropofagya! Fuga de dycotomyaz e purytanyzmoz! Um poder tranzumano! Uma zagração! Antropofócyo! Antropoforgya!
Evoé!,
ZÉ CELZO, O CAVALO OZWALDYANO DA CULTURA BRAZYLEYRA
Recebido por Maria Luísa Brito
O importante da fotografia
É o click da máquina que
Abre a boca da câmera
E devora o instante
Rosália Milsztajn
Minha igreja
Meu farol
Meu norte
Meu descanso
Minha certeza de morada
Namorada onde esteja
Abrigo do meu viajante.
Nunca mais você, Teresa
Nunca mais dormi a noite
Nunca mais sorri por dias
Nem tomei a comunhão
Mas farei meu carnaval
E afinal vou te encontrar
Pra me perder em suas pernas.
As pessoas perfeitas
têm muitos defeitos em comum.
Thiago de Freitas Peixoto
cito:
esse amor
— o que você recebe —
no fim é igual
àquele amor
— o que você dá
— e a poesia
está pronta
Larissa Andrioli
POR TODO LADO DESTRUIÇÃO
NO MEIO DISSO TEUS OLHOS
IMENSOS SOFRIDOS SEM DIREÇÃO
ENQUANTO A ALMA QUEIMA
ESTALA PLAC E PEDE MAIS...
Jorge Salomão
como
através de uma brasa
—a própria língua —
aprender a sangrar
uma voz
que em sua dança de relance
alcance dizer em pânico
palavra que valha a pena
como
pólen de pensamento
gozo desajustado
lampejo doce
delirância
Thássio Ferreira
E ao redor de toda nova nascente, ganha-se vida. Vida como nunca antes vista. A mata ciliar se firma naquele solo fértil e produtivo; populações ribeirinhas se sustentam da fluida diversidade jorrada; e uma fauna perigosamente bela perambula pelas árvores recém esverdeadas. É um futuro tão próspero que me cego diante da sua visão. Digna dos meus melhores sonhos, fruto da minha melhor versão.
Esboço um sorriso perante este fluxo de imagens intrometidas, metidas a tomarem conta do meu pretenso curso. Escreva com carinho, claro, escreverei, meu bem. É o que me resta para desaguar no plácido oceano de equilíbrio que me foi predestinado.
Entretanto, o meu sorriso logo se desmancha e meu lábio apreensivo prende-se sobre meus dentes. A trajetória de um rio é sempre sinuosa, permeada por declives e vales. Pedras diversas surgirão pelo meu percurso, quiçá montanhas inteiras. Estarei disposta a enfrentar tudo com carinho? Minha respiração se encurta e minhas mãos desesperadas agarram-se à frágil mesa enquanto tonteio-me diante o despedaçar daquilo que considerava ser meu coração. Já consigo me ver afogando em um redemoinho de sofrimento, apegando-me às escassas correntes de carinho que uma vez julguei potentes o suficiente para me sustentarem. Assumo a desilusão completa, sou apenas um ser terrestre buscando me aventurar por essas palavras inquietas.
Estou a toque de máquina
corro, louca, voo, suo
a fumaça sou eu
Estou a toque de nada
vivo, ando
como a comida envenenada
e o comido sou eu
Estou a toque de selva
os ferros torcidos, sacudidos
dentro de uma marmita
e a marmita sou eu
Nego, mas vivo dizendo
Sim
a tudo que me dói na cabeça
e o doido sou eu
Paro, mas estou sempre correndo
doem as pernas, os pés
e este corpo é o meu
Amanhã me encontra acordada
como a noite deixou
e o insone sou eu
Indago, mas não estou escutando
a pergunta anda solta
e ninguém explicou
que a resposta sou eu
Miriam Alves
Este poema antológico de Miriam Alves foi publicado pela primeira vez em "Cadernos Negros". n. 5, São Paulo: Quilombhoje, 1982.
Precisas da desgraça por perícia,
Do sensacionalismo da Baixada,
Do bicheiro, do jogo, da milícia,
E da estação Central superlotada
Na hora em que a praia está uma delícia!
E quando a circunstância te é propícia,
Exaltas os bandidos e a empregada,
Ou a mão da lei na forma da polícia;
Ao passo que te serve a dor roubada
Como convém ao mote da notícia!
Enalteces na glória ou na miséria
Frivolidades típicas de um lorde,
Ou o espetáculo em guerra na Libéria;
E não careces que ninguém concorde,
Desde que venda e a capa seja séria!
Que sangre onde haja sangue por pilhéria
Pois trazes se em África ou num Fiorde
Ipso facto, a verdade deletéria!
E havendo sangue então que se transborde,
Meu amigo, consegues a matéria!
Guilherme Ottoni
Beija Walter
Beija o beija mim
Beija o cinema
Como arte Superior
Mas não aguento
O Eisenstein
E a falta de som
No vácuo d'eu
Rodrigo de Souza Leão
Fichas como as usadas na parte escrita sobre Torres Homem. Apenas o modelo pois foram inutilizadas milhares de outras fichas à medida que se escrevia, tal qual foi feito com as de Baú de ossos e Balão cativo, até que veio o conselho de Drummond: guardar tudo, jogar nada fora.(AMLB-FCRB)