quarta-feira, 28 de março de 2012

É hoje: CEP 20.000!


espaço cultural sérgio porto.

rua humaitá, 163/fundos.

quarta, 28 de março

20:30 - 5 reais



20:30 = cine cep - a palavra no centro

21:00 = ana b

21:05 = felipe frutox

21:10 = dorly neto

21:15 = organismo (shala andirá e roberto pontes)

21:30 = canto cego.

22:00 = rodrigo penna

22:10 = plástico bolha.

22:20 = augusto guimaraens


mc chacal



www.cepvintemil.wordpress.com

sábado, 24 de março de 2012

Fruta-afrodisíaca de FelizPe Frutose

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Já está no ar o blog de poesia de FelizPe Frutose. Junto, o autor também está lançando o fanzine: "FRUTA-AFRODISÍACA (amostra-grátis)" São 20 poemas — sobre o amor e/ou sexo. Confira em: www.felizpefrutose.blogspot.com.
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sexta-feira, 23 de março de 2012

sábado, 17 de março de 2012

Lançamento de Formas do Nada



Está chegando o lançamento do novo livro de poemas de Paulo Henriques Britto: Formas do Nada.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Na galeria ali na Gávea

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Na galeria ali na Gávea
as paredes são gigantes
a porta dá susto de entrar
as obras tão pequeninas
nosso olhar tão distante
17.000 reais o óculos do artista
nem está tão caro, me disse um amigo
mas está caro para mim e sorriu
no andar de cima, subimos de elevador,
aquela ali deve ser importante
apontou para o canto depois do vidro
eram três sacos de lixo
uma vassoura e mais detritos
tudo muito colorido,
meticulosamente acertado
foi alertado pelo segurança
a exposição é pra cá , isso é só lixo
a porta de vidro corria
mais gente entrava
e uma gente saía
estávamos sozinhos
e as vozes eram o eco
da nossa voz na galeria

Ana Tereza Salek



Ana Tereza Salek publicou o livro de poemas "Dezembro" pela Editora Circuito.

Lançamento de "Café Para"

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Lançamento do livro Café Para, de Luiz da Franca! Com Maria Coelho, Thiago Manzo e show d'Os Azuis. 24 de março no Espaço Multifoco. Todos lá!
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quarta-feira, 14 de março de 2012

Feliz Dia Nacional da Poesia!


Neste 14 de março, Dia Nacional da Poesia, o jornal Plástico Bolha dá os parabéns e deseja muitos anos de escrita para todos os seus poetas e colaboradores. Nosso projeto se constrói com a poética de todos vocês!

sexta-feira, 9 de março de 2012

terça-feira, 6 de março de 2012

A Realidade de Valentina

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Eram quase dez horas e o pensamento de perder sua primeira aula na universidade não passava pela cabeça da jovem Valentina – apesar de tudo indicar que realmente chegaria atrasada. A maratona de exercícios fisicos a que vinha se submetendo há apenas dois meses era extenuante, porém sua condição mental hiperativa equilibrava-se em uma paz e bem-estar recém conquistados por ela. O médico do posto de saúde acertara. Agora, dormia bem, alimentava-se sem excessos e sentia que tinha pensamentos ordenados como nunca antes na vida. O momento parecia perfeito: os tão desejados dezoito anos chegaram presenteando-a com êxito no Enem e a vaga na faculdade pública de letras. Num sopro, a vida apresentava-se repleta de novas emoções. O ônibus saculejava e as formas-pensamento pareciam acomodar-se àquele movimento não determinístico. Dobrava uma rua, a mente acompanhava aceitando e criando possibilidades. Carros em zigue-zague, pessoas sem parar, buzinas e roncos, falas próximas e movimentos labiais pareciam acontecer primeiro em sua cabeça, depois numa dança física embalada por um vento quente quase ininterrupto. Mal os pneus descolavam do asfalto e alguém pedia para descer, outro subia, e assim ideias seguiam trocando de lugar com pessoas. A janela embaçada refletia a luz do sol e cristalizava pontos coloridos que pareciam pequenos diamantes ali colados. Enquanto metabolizava um duplo sanduíche de atum ralado no pão de forma com pouca maionese e um suco de laranja com gelo, o corpo descansava e agradecia o calor gostoso da manhã. – Anjos moram no sol, você sabia? Não, disse Valentina. A amiga continuou falando, tecendo considerações sutis sobre terceira e quarta dimensões aqui na terra e que lá naquele pontinho amarelo moravam seres de luz que eram puro amor. – É, faz sentido, concluiu Valentina, ao mesmo tempo que um sinal verde entrava em colapso, amarelo, vermelho, e sua atenção fixou-se em quem atravessava a rua: pisavam aleatoriamente, ora em listras brancas, ora na ausência delas, as listras pretas (como insetos pousando numa zebra sem saber dizer se encontram-se num animal branco listrado de preto ou num animal preto listrado de branco). Ela mesma, com mãe evangélica e pai católico, ainda não chegara a conclusão alguma sobre sua condição existencial – afinal, era um ser espiritual vivendo uma experiência carnal ou um ser carnal em busca do espiritual? Lembrou que seu pai, apesar de velho, também tinha lá suas dúvidas. Se era a pobreza que gerava ignorância ou se era a ignorância que gerava pobreza. E pedia aos filhos que estudassem para não ficarem ignorantes e acabarem pobres, e que trabalhassem o quanto antes para poderem poupar e nunca admitissem pensar em pobreza sequer uma vez no dia. Notou algumas crianças de uniforme, e logo procurou o relógio de rua: seu irmão estava fazendo prova naquele exato momento. Por força do hábito, começou a rezar um pai nosso, pois o garoto precisava permanecer na escola pública ou não teria com quem ficar durante o dia até a mãe sair do trabalho. Pai nosso que estás no Céu... mal começara e uma enxurrada de imagens projetava-se em sequência. Pipas e nuvens, velas acesas, beijo de mãe saindo pro trabalho, o final da novela, menino novo na rua, o domingo com a vovó, calça furada, menstruação descendo, o treino da manhã... O ônibus freiou bruscamente destacando a imagem de uma boa cortada que dera no segundo tempo, seguida do olhar elogioso do treinador. – Vocês criam sua história de vida, sabiam? A mensagem do dia, sempre transmitida no final de cada treino, continha sincero afeto e torcida. – Visualizem o que querem, acreditem, hajam. Era o que ela vinha fazendo na base da intuição, e hoje sentia-se especialmente confiante e criativa. ...Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu... A ideia de um senhor de barbas e túnica branca sentado o dia inteiro numa nuvem, olhando por todos aqui embaixo, ora cuidando, ora castigando, conforme nossos comportamentos, parecia inventada demais para ser a realidade. Seu irmão já estava em sua mente, inteiro. E a ele diretamente ela dirigia pensamentos de afeto e palavras de boa sorte. Esse ato, sim, lhe parecia mais com a descrição de Deus. Beijou o irmão, acariciou-o envolvendo seu corpo em amor (como os anjos que moravam no sol fazem) e o viu saltar de alegria e abraçar os pais por ter conseguido atender o pedido de permanecer na escola do bairro. Sua mãe alegrava-se pela economia da passagem de ônibus e beijava a cabeça do garoto, olhando agradecida a filha por sua intenção manifesta. Continuou rezando e lembrou do sanduíche de atum, que a essa altura lhe parecia mais com braços, pernas e pensamentos que com alimento recomendado para o pós-treino. As primeiras mordidas supriram com eficiência agachamentos e outros movimentos preparatórios. As seguintes, maiores devido à altura exagerada do miolo de três pães de forma com recheio duplo de atum ralado e pouca maionese, pareciam voltar no tempo e fazê-la bater forte na bola, pular e bloquear com a agilidade necessária, permitir imaginar antecipadamente os ataques do outro time. A segunda metade inteira, se ela realmente estivesse criando sua própria história, encontrava-se naquele instante guardada por um transbordante ânimo adolescente ancorado em uma nova consciência amplificada e interessada em trabalhar oportunidades possíveis: logo iria transformar-se em sorrisos e perguntas no seu primeiro dia de aula.

Carlos Eduardo Costa
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segunda-feira, 5 de março de 2012

Romance

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Há prédios cheios
de pessoas sozinhas
e pouco espaço
para novos solitários.

Autoridades públicas,
preocupadas com a questão,
discursaram sobre a falta de romances.

O governo estuda
distribuir entradas pro cinema.

Todas as drogas do amor
devem ser liberadas
e não haverá impostos
sobre o envio de flores.

Será que Alice
gosta de orquídeas
ou prefere margaridas?

Sérgio Q. Medeiros



Sérgio Q. Medeiros é nosso colaborador de Aracaju, Sergipe.
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