domingo, 26 de dezembro de 2010

Spyral-Man e Os Caracóis d Seus Cabelos (a lenda)

Lá na Costa de Walney Island, ali pelaquelas enseadas britânicas, surgiu o Spyral-Man, numa concha radial untada d grãos d areia ocres dourados platinando sob os caracóis dos cabelos das algas do mar, q dizem rolou da Grécia pra lá e graças a esta geograficidade geológica da alma q confundiu-se no Brasil os nomes e a pessoa mas é tudo uma coisa só Walney Island e o Spyral-Man da costa e na encosta com variantes na legenda podendo ter nascido noutras versões das coxas salubres do Oceano Índico nas fontes ricas em detalhes e córregos tudo original do triunfo no remoinho da encruzilhada dos destinos na hora do cio da pausa... God!!! Hora... Cio... Horácio, o sábio amigo do príncipe da Dinamarca, um viking latino q v espíritos, ouve as estrelas e sabe q o silêncio é tudo junto e depois do nada. Hora e cio. Hora, pausa e cio.

Breq.

Hot blue... rock d breq e blue d breq e breq de breq e blue d breq e rock quando reggae há pausa...

Foi Nostradamus quem deu uma baita atrasada na minha vida, filho da puta do Nostradamus. Porra, sou um cara q acredita nas coisas, eu sempre fui um acreditador, desde muito nas minhas giras no Walney Island até na carona de um Condor, com amor sempre fui um acreditador, e Nostradamus me fudeu, filho da puta! Porra! Desde sempre fui crescendo torto com aquela porra do Nostradamus na cabeça, q o mundo ia acabar pelos anos 2 mil, depois os especialistas começaram a divergir sobre o tema, foi uma porra de um monte de ilações dessa merda do Nostradamus no mundo, filho da puta do Nostradamus!

Tô falando mal do Nostra mas a praga maior são, foram e serão os istas nostros e outros damus derivados menores d grandes homens e existem alguns até com o nome de discípulos, o discípulo fulano d tal da corrente enferrujada da tendência retro d ciclano sem Tao, mas q não chega ao pés do... bom, deixa pra lá todos os istas, e vamos focar o caso no cartel dos nostradamistas, ô raça ruim parida da mesma santa puta mãe terra, caralho, paradoxo da porra! Mas eu fui mesmo atrasado pela profecia do bundão do Nostradamus e seus nostradamistas d merda q divulgavam com insistência mais q globalizada q no primeiro Rock in Rio haveria uma hecatombe mais q terrível, mais q final. Essa porra dessa profecia d merda me derrubou totalmente, eu tinha conseguido arranjar um trampo lá no Rock in Rio, mesmo na cruel dúvida hame-hamel’ética do ser ou estar no fim do mundo, eu descolei o trampo, mas na hora amarelei, larguei o lance. Meus amigos foram, minha mulher foi, todos foram, eu poderia ter ido, ganhando uma grana e mesmo assim com tudo em cima, fiquei em casa cagado, com a porra da hecatombe dos filhos das putas dos nostradamistas enfiada no rabo. Liguei a televisão, o Rock in Rio estava sendo transmitido pro mundo todo, quando Ney Matogrosso abriu seu coração e cantou da barra d jacarepaguá pra todo o universo “Desperta América do Sul”, eu fechei os olhos, ergui os braços certo d q o mudo ia acabar, mesmo. Já tinha acendido todas as velas e incensos e tava recolhido para a passagem, coisa séria, mas havia um conflito q começou a surgir no universo pluriverso musical das forças, o Ney Matogrosso começou a lutar com Nostradamus, sim, o Ney encarou o monstro, foi uma loucura o Índio Matogrosso contra a praga embolorada da idade média, e eu ali junto do Ney, vindo d Walney Island pra presenciar o fim do mundo pela Globo, ali estava num ap charmosamente esfarrapado da Visconde de Albuquerque no Leblon, apenas d olhos fechados rezando pro Ney vencer, e o Ney começou a dar um monte de porrada naquele cavaleiro sem cabeça e seu exército d vudus nostradamistas. Comecei acreditar com todo tesão q o Matogrosso ia vencer, ele vai vencer, vai vencer a profecia, pensei e falei baixinho, vai vencer a porra da profecia, e no meu coração q tava maior q o peito e ficava batendo assim, plummm, devagar e sempre macio num grande volume d som no infinito cósmico, ora achando q a América ia despertar pra sempre e q todos os espíritos aborígines originais dos xamãs da América nativa se levantariam e quando senti o estrangulamento do peso da caretice do fim do mundo crescendo pra cima do Ney, uma coisa fulgurante saltou do meu silêncio e saiu girando e spyralizando por sobre e pra dentro do palco do teatro d operações da guerra espiritual e foi quando os sem cabeça junto dos sem coração encurralaram o Ney, q eu o ajudei, não vou dizer o q fiz, por q foi muito pouco, mas foi uma ajudinha e o Ney fluiu mais ainda no caminho da luz e foi assim q aconteceu, só pode ter sido, é, e é isso aí, foi uma revoada de Bem-Te-Vis guerreiros da alma americana xamânica e vigorosa, q jogou fora o vudu do Nostradamus, e antes q o cu do pessimismo hecatômbico istista tragasse toda a nação d guaranis araucanos incas tupis, toda mistura homo afer niger com americanus rufus mais asiaticus luridos fundidos com europeus albus, antes q tudo isso fosse pro inferno entrando pelo cu rolo compressor do juízo final do Nostradamus fim do mundo, eu q na frente da televisão estava concentrado com toda fé, d olhos fechados orando pela vitória na luta espiritual, seguia quase sem forças em direção à gloria, mas o Ney cantava cada vez mais com alma e eu sentia toda a força do incompreensível da coisa em si e antes d abrir os olhos, já bem fraquinho, gritei porq eu não agüentava mais, não tinha fim aquilo, nem a porra do mundo acabava nem o Ney vencia e eu me acabava mais e menos e já tava entregue quando gritei: eu não sei porra nenhuma, caralho! Abri os olhos e chorei e depois sorri e depois ainda chorei e sorri ao mesmo tempo e segui errando um ser estar serestando até hoje, mas dia desses eu acerto o passo e aí vai ser foda, vcs vão ver.... Ó, t cuida com o Nostradamus, ele é um perigo esse filho da puta, e se ele aparecer na tua frente com aquela gangue infeliz d otários violentos da retaguarda, olha bem na cara do mal e diz assim pra ele: eu sou da mata atlântica, eu sou da floresta tropical, eu sou Xamã Xamante de Yvy-Marae e vou iluminar o novo mundo seu merda, e vai se fuder antes q eu me esqueça com toda essa tua turma d bundões q t cercam, bando d puxa sacos escrotos, e agora vê se não enche mais é o meu saco, porra, com essas bostas d profecias d merda, e dá um tempo, d uma vez por todas dá um tempo pra sempre, q eu vou fazer uma aula d Yoga, sacô? Melhor dizendo a Yoga vai me fazer, bye... ram... ram...

Breq... hot blue... rock d breq e blue d breq e breq de breq e blue d breq e rock quando reggae há pausa... aéióuom... Sou Spyral-Man, and you? Índio! Angel! Eu vou t abraçar... tudo mais é o silêncio, hora e cio.


Walney Costa

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Neste Natal, nada de Papai Noel no Blog do Bolha. Quem vem fazer uma visita aqui é Syral-Man e seus textos delirantes. Obra da mente inquieta de Walney Costa.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Poeta alternativo, de Leandro Jardim

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Dispensou parentescos,
parênteses, digressões
e outras figuras grotescas.

Foi, qual tatuador,
escrever entre as pernas,
cavernas situavam-no melhor.

Chegou a sua obra prima,
o orgasmo
de uma rata de livraria.

Leandro Jardim

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Leandro Jardim já publicou dois poemas no jornal Plástico Bolha. Ontem, ele foi um dos convidados do quadro Espaço Plástico Bolha, do CEP 20.000, onde leu poemas do seu novo livro: Os poemas que não gostamos de nossos poetas preferidos (e outros exercícios ensimesmados), lançado pelo selo Orpheu da Ed. Multifoco. Quem quiser ler mais, pode entrar no seu blog Flores, Pragas e Sementes.
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Lançamentos da EdUERJ nesse Sábado!

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Lançamento do livro de Fred Coelho sobre Hélio Oiticica e dos livros da coleção Ciranda da Poesia, com livros de poetas, sobre outros poetas!
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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"Ou não..." Contra cultura, poesia e música!

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Recuperando o espírito beat das leituras poéticas unidas à música, “Ou não...” faz um passeio não linear, e descompromissado pelo universo da contracultura, partindo de precursores beatniks (como Allen Ginsberg, Jack Kerouac e Gary Snider) passando por Torquato Neto e poetas da poesia marginal dos 70, (Leminski, Chacal, Leila Micolis e Marta Medeiros) e desembarcando em JF, em pleno Kaos do terceiro milênio com textos do poeta André Monteiro, que também divide as leituras com Bruno Tuler, Edwald Winand, Edson Leão e a atriz Livia Gomes.
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Costurando esse “sarau underground”, canções brasileiras que puseram o pé na estrada em meio à ditadura, ao “desbunde”, à descompressão do corpo e do espírito via sexo, política, drogas e rock n’ roll. Tropicalistas, Clube da Esquina, nordestinos... Malditos,...ou não...
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Fechando o ritual, mais uma dose de rock e canções setentistas em versões acústicas com a FANTÁSTICA BANDA INVISÍVEL.
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Juliana Caymmi: "Para dançar a vida"

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Reflexão n° 2 — um poema de Danilo Diógenes

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Uma voz que é minha transfere-se

Para outro, melhor receptáculo.

Decerto porque onde sou escuro

O outro resplende sua luz e sua

Gnose de oráculo. Onde encerro

O outro continua; e comunica

As novas pelas quais o mundo

Se organiza em marcha.

Somos distintos, contudo iguais.

Pois onde eu amo o outro sacrifica

O seu muito maior amor em busca

Do pouco amor que eu sinto

E da luz minha, que a sua ofusca.

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Danilo Diógenes
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