Destaca-se
com frequência na literatura sobre Beckett o seu apotropismo
— seu decidido afastamento de toda linguagem figurativa: “Nada de
símbolos quando disso não houve a menor intenção”, são as
famosas palavras finais de Watt,
muitas vezes tomadas como resumidoras do projeto literário do autor.
Muitos
outros exemplos de apotropismo confesso poderiam ser aqui evocados,
entre eles este, bastante conhecido e registrado por Ackerley e
Gontarski: “se por Godot eu tivesse querido dizer God”,
afirma Beckett para um desapontado Sir Richard Ralphson, “teria
dito God
e
não Godot”
(2004, p. 232). Bem antes disso, em um ensaio de 1929, ele já
manifesta com semelhante ênfase e explicitude o seu desinteresse
pela alegoria, por sua “operação intelectual tripartida”,
incluindo “a construção de uma mensagem de importância geral, a
preparação de uma forma fabulosa, e o exercício de considerável
dificuldade técnica de unir essas duas dimensões” (GE IV, p.
502). E em carta a Thomas MacGreevy, de 1955, ainda protestando
contra interpretações simbólicas e alegóricas de Esperando
Godot, ele
declara, aborrecido: “por que as pessoas têm de complicar uma
coisa tão simples é algo que me escapa”.
Helena Martins
Se você gosta de Teatro e também quer simplificar a vida, basta ler o texto completo da professora Helena Martins, pulicado no número 26 da Revista Gragoatá, de Niterói, clicando aqui!
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