quarta-feira, 11 de abril de 2012

Despedida para Santuza


"O que poderia dizer de novo para vocês, queridos alunos de Letras que frequentam os meus cursos de antropologia? Já exploramos algumas convergências entre os recursos etnográficos e os instrumentos de análise legados pela teoria da literatura. Procuramos também desconstruir as classificações que separam de maneira rígida o mundo da literatura de outras práticas culturais, como se a arte de escrever existisse à parte da cultura e – pior ainda – como se a realidade se adequasse às repartições departamentais. E vimos que, pelo contrário, o que se percebe como 'realidade' ordenada não passa de um caos, e que na medida em que nomeamos os fragmentos desse caos conferimos sentido às coisas e à vida."

Foi assim que Santuza Cambraia Naves abriu a sua participação no jornal Plástico Bolha, na coluna "Aos alunos com carinho" do #13. De lá para cá, foram mais de cinco anos de convivência que geraram a coluna "Por dentro do tom", onde parte de suas pesquisas acerca da antropologia da música eram desenvolvidas. Não é preciso nem dizer o quanto Santuza fará falta no Plástico Bolha, na PUC-Rio, nas Ciências Sociais e na música brasileira. Vale ressaltar o seu caráter interdisciplinar e transdepartamental, como uma pesquisadora que experimentava a vida de modo amplo e não compartimentado. Deixará muitas saudades.

Nesta quinta, às 18h30, vai haver na PUC-Rio uma missa em sua homenagem, para a qual convidamos nossos leitores, colaboradores e todos aqueles que tiveram a oportunidade de curtir a presença de Santuza enquanto ela esteve entre nós.

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