quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os mundos


Entre dois raios de pensamento
no quarto pendurado pela memória
um fio apenas liga a eternidade
aos alçapões
da massa bruta do Corpo.

Nos jardins claros

árvores vestindo amarelo, estátuas vestidas
de musgo
sob olhares de pedra.
Ventos de outono andam espalhando aromas
dum Cinza futuro onde homens
levantam na voz do pássaro___

serão de frágil linho

os fios antes de cobre
quando as janelas da Casa
não virem mais os braços da Estátua,
nem subirem mais o Corcovado.

Até que da casa Eterna

som dos saxofones arrancará das Memórias
toda lembrança de um Corpo___e os anjos subirem todos
levando de volta os olhos,
dois ouvidos Cansados.
Então minha alma se erguerá do Tempo.


Adiron Marcos

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