quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pedido de ânsias


Foi numa balsa de crânios de pato
Que atravessei o rio de Roraima
Procurando uma flor
Que perto duma árvore espinhosa caíra.

Precisava voltar ao túnel subterrâneo
E apresentar a flor ao mago,
Que com conjuros, lapsos, e traças de ferro
ia encobrir, desmedir e reintegrar
um
estame
de açafrão
à medida do contratempo.

Quando voltei, abstrato
Eu supliquei
Mago meu,
Mas por que contrair o tempo?

Porque as lambadas planetárias estão todas erradas!
Replicou furioso.

Observei o relógio ossudo
Que cada segundo salpicava sangue à parede nua,
E entendi que Roraima
Minha aurora, rima amena
Era só um lírio, caído no rio
Num atardecer
Que eu nunca teria tido
Atravessado em uma balsa.


Naomi Garcia Pasmanick

Um comentário:

Anônimo disse...

iradooooooo