A Georg Trakl
Ofusco-me no Vento em letras de ferrugem 
Enquanto a tarde passa em verdes nuvens ocas,
Impressas à Canção
das Náiades nas tocas
Do ocaso entre o carmim celeste e uma penugem
De Sono redentor. Na maré surda mugem
Os Cacos da unidade: espaços entre a 
De marfim onde um barco esguio se desloca
Em tridentes de pó. Sobre o marulho surgem 
Bocas de espuma, véus salgados nas madeixas
De minério solar vestindo um Fogo morto
Que ondeia azul no cais. Em taciturno horto
Marítimo, no branco, olvidada na areia
Vespertina, a sonora e reticente Ceia
De Íris, e nada mais sustenta alguma queixa.
Heitor de Lima
 
 
 
 
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