roer as unhas morder os lábios
beliscar os pulsos se você não ligar
estar sempre eu contra mim mesma
mas para não matar não morrer
preferir as palavras
com seus cumes prazeres
enigmas
Marcella Mahara
sábado, 30 de novembro de 2024
mania
sexta-feira, 29 de novembro de 2024
e as couves
e as couves de bruxelas?
quem
— a não ser eu —
ouve elas?
ninguelas
ninguelas
Chacal
deixa pra lá
sabe essas unhas do pé
que a gente tira com a mão
pra ficar brincando? pois é,
naquela loucura toda
perdi a que mais gostava
Chacal
quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Preguiça
E assim me pego
replicando bocejos,
adiando concretas experiências,
anestesiando existências.
O tempo passa em slow motion
nessa tarde vazia e sem nome.
Waldecy Pereira
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Mercadoria
Metal banido pelos céus
As notas indigestas
se estampam nas vitrines
subindo e descendo
na corda-bamba
Olhos se seduzem
pela mercadoria
em fatias de ilusão
O mendigo, alheio a tudo
esculpe sua face no céu.
Alexandra Vieira de Almeida
sábado, 23 de novembro de 2024
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Músculo
[...]
tua predileção por grão-de-bico e Di dançando
porque finalmente há ritmo. Se nós não morremos
de tédio
é porque existe o fluxo das fragatas
e se Deus
não for o fluxo das fragatas
eu não sei o que mais poderia
ser.
Catarina Lins
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Um poema de Reynaldo Bessa
o silêncio
do meu irmão
doía mais
que as pancadas
do meu pai
Reynaldo Bessa
sábado, 16 de novembro de 2024
O primeiro dia
vendavais de amplictil
acalmam o silêncio
etílicos deitados
bebendo seu gardenal
o cérebro sufocado
a química cerebral
antenas recebendo
doses de fenergan
masturbam-se velas
pílulas bailarinas
a noite flutua
horrenda tarde
aqui a dentadura
me fala sombras
Rodrigo de Souza Leão
quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Um poema de Daniel Rolim Rocha
gosto de conversas dosadas
por isso, quando vou falar com você,
tomo três doses de tequila
com sal e limão na borda da língua.
Daniel Rolim Rocha
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Andorinhas
Têm chovido andorinhas
umas mortas, muitas vivas
Têm caído segredos do céu
algumas facas, muitos vidros
Mas nenhum me conta mais
minha dor voou para longe
deixou aqui andorinhas
várias, porque é verão
Raphaela Ramos
sábado, 9 de novembro de 2024
quinta-feira, 7 de novembro de 2024
Um poema de João Paulo Gonçalves
Insisto
no rastro de quem tempos atrás
passou pela minha vida. Chego
perto apenas da sombra do abajur.
João Paulo Gonçalves
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
sábado, 2 de novembro de 2024
Um poema de Yassu Noguchi
in your eyes
encontrei motivos
pras contas de luz, água e gás
Yassu Noguchi