duzentas e quarenta páginas brancas erguem-se ornadas de notas
os riscos a lápis tentam se impor na imensidão dos versos
que contêm em si
todos os demônios do inferno
o lamento das almas preenche o ambiente
e o mundo treme
sob seus pés
quebram-se os versos as folhas o tempo
e a leitura
desce
ao fim da página
e não há mais inferno
só a multidão sem rosto à espera do trem.
Gabriel Silveira
Gabriel Silveira
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