domingo, 7 de setembro de 2025

Soneto social


É sete de setembro. E em muitas valas
Mil bocas putrefatas negam hinos...
Olhando o céu enxergam só senzalas
E a fúria sentem dos grilhões divinos...

É sete de setembro. E queimam balas
De fuzis que hoje marcham sob os sinos
Da catedral. Mil corpos sem abre-alas
Enfeitam de revolta seus destinos!...

É sete de setembro. E da avenida
Se sente a aura de um cuspo contra a vida
Na povo ali a se acenar, absorto!...

Hasteada sobre o curso do desfile,
A auriverde Bandeira envolta em bile
Fede ao cadáver de seu filho morto!...


Guilherme Ottoni

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