quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012
terça-feira, 28 de fevereiro de 2012
Solidão
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Acordo com um derradeiro soluço do pranto sonhado. E uma última lágrima desliza por minha face como a carícia de um beijo vindo do bem amado. Estou sozinha nesta estrada longa da qual não vejo fim, com seus alvores amadurecendo em escuridões neste meu tenebroso destino. O perfume da saudade me embriaga dando a certeza latente e angustiante de que o que foi não o será uma vez mais.
Marina V. Medeiros
Marina V. Medeiros é viúva, tem 83 anos e escreve no blog Ditos de Marina.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Poema de Joana Rabelo
a gente vai se acostumando
a viver de farelo
e migalhas
como um vira-lata
que apanha e sonha
com pão inteiro
e mesa farta
Joana Rabelo
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
O Plástico Bolha chega ao Museu da Língua Portuguesa
Para quem pensava que museu é um lugar dedicado à memória de culturas extintas, raridades e objetos antigos, o Museu da Língua Portuguesa veio dar um novo tom à palavra, pois, nele, a ideia é cultivar, valorizar e difundir um patrimônio imaterial que não poderia estar mais vivo.
Por uma grande coincidência, no mesmo dia 21 de março de 2006, em que era inaugurado o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, um pequeno jornal começava a circular pelos pilotis da PUC-Rio: o Plástico Bolha. Desde então, os dois se dedicam a esse mesmo propósito de cultivar a literatura disseminando-a. Em ambos, vibra essa inquietação constante da língua.
Portanto, como não poderia deixar de acontecer, o Plástico Bolha finalmente chega ao museu da charmosa Estação da Luz de São Paulo. Para o jornal, é uma alegria e uma satisfação ser distribuído em um lugar onde a língua portuguesa e a literatura são valorizadas e homenageadas a todo momento. Agradecemos muito à Direção do Museu pela generosidade e por ter firmado conosco essa parceria.
Por uma grande coincidência, no mesmo dia 21 de março de 2006, em que era inaugurado o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, um pequeno jornal começava a circular pelos pilotis da PUC-Rio: o Plástico Bolha. Desde então, os dois se dedicam a esse mesmo propósito de cultivar a literatura disseminando-a. Em ambos, vibra essa inquietação constante da língua.
Portanto, como não poderia deixar de acontecer, o Plástico Bolha finalmente chega ao museu da charmosa Estação da Luz de São Paulo. Para o jornal, é uma alegria e uma satisfação ser distribuído em um lugar onde a língua portuguesa e a literatura são valorizadas e homenageadas a todo momento. Agradecemos muito à Direção do Museu pela generosidade e por ter firmado conosco essa parceria.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
FIGUEIRA DA FOZ
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Eram de Figueira da Foz
Os meus avós.
Figueira,
Árvore sagrada,
Leitosa,
Cujos frutos
Se abrem roxos,
Testículos do outono.
Foz,
Encontro do rio e do mar,
Lá onde a areia é cor de prata
E forma uma renda
De espuma e nata
Pela costa atlântica.
Deixaram a pesca,
O sal,
Os navios,
Os molhos de trigo
E atravessaram o oceano
Rumo à América.
O vento moderado soprava,
O relógio girava na torre,
A claridade era forte na praia
Quando meus avós
Vieram de Figueira da Foz.
Um albatroz acompanhou a viagem,
Em nenhum momento se sentiram sós,
Havia um chamado,
Uma missão,
Uma voz
E aportaram no cerrado.
O tempo passou tão veloz
Desde que meus avós
Chegaram de Figueira da Foz,
Por isso há dentro de nós
Sementes de figo
E gotas do Mondego.
Raquel Naveira
Eram de Figueira da Foz
Os meus avós.
Figueira,
Árvore sagrada,
Leitosa,
Cujos frutos
Se abrem roxos,
Testículos do outono.
Foz,
Encontro do rio e do mar,
Lá onde a areia é cor de prata
E forma uma renda
De espuma e nata
Pela costa atlântica.
Deixaram a pesca,
O sal,
Os navios,
Os molhos de trigo
E atravessaram o oceano
Rumo à América.
O vento moderado soprava,
O relógio girava na torre,
A claridade era forte na praia
Quando meus avós
Vieram de Figueira da Foz.
Um albatroz acompanhou a viagem,
Em nenhum momento se sentiram sós,
Havia um chamado,
Uma missão,
Uma voz
E aportaram no cerrado.
O tempo passou tão veloz
Desde que meus avós
Chegaram de Figueira da Foz,
Por isso há dentro de nós
Sementes de figo
E gotas do Mondego.
Raquel Naveira
domingo, 5 de fevereiro de 2012
Evento de lançamento da edição #30
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O lançamento da edição #30 do jornal Plástico Bolha será na próxima quinta-feira, 09/02, às 19:30, no espaço da Editora Oito e meio, no Flamengo (Travessa dos Tamoios 32c).
Com a participação de:
Ana B.
Augusto Guimaraens Cavalcanti
Breno Coelho
Bráulio Coelho
Flávia Muniz
Isabella Pacheco
Leonardo dos Santos Dias
Pedro Rocha
Vania Osório
Ana B.
Augusto Guimaraens Cavalcanti
Breno Coelho
Bráulio Coelho
Flávia Muniz
Isabella Pacheco
Leonardo dos Santos Dias
Pedro Rocha
Vania Osório
Venha buscar seu exemplar e assistir aos poetas lendo os textos que estão na edição. Venha que é tudo genial, gostoso e gratuito!
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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
Nos cafés
A letargia dos domingos minguados
Os cafés com seus livros
E petits gateaux
Na sinestesia dos odores, dores
A burguesia cheira a ar condicionado
- Dê-me um expresso, por favor.
Eu fico com uma fanta lata
E um coquetel de pãezinhos de queijo
A mochila na cadeira ao lado
Cede lugar a um moço que eu não convidei.
- Também sou poeta.
Todos somos, meu caro.
Iago Souza
Iago Souza
Iago Souza é mineiro de Contagem, grande BH, tem 16 anos e um vasto caminho pela frente. Publica parte de seu trabalho no blog Intérprete de si.
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