sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um conto de Beatrice Feital


Subia as escadas correndo tentando no meio daquela excitação me controlar. Te encontrar naquela noite não estava nos planos e você me surpreende quando paga a conta pega os vinhos me puxa pela mão e me tira os sentidos. Totalmente fora de sentido. Mostrando que o tempo para nós não existe é nosso. E então você corria atrás de mim. Eu nervosa para você logo chegar confusa para me entregar. Aos poucos vou sentindo seu cheiro e de uma só vez você me leva me eleva me tira do mundo com aquele beijo. Aquele beijo que eu tinha guardado na parte de trás da minha nuca guardado numa memória não acessada a tempos guardado na parte mais especial da minha vida por debaixo de toda a nova rotina. Durante aquele beijo eu larguei tudo que conquistei nesse tempo e voltei a ser como sempre fui e tinha me esquecido. Meus pés mal tocavam o chão meu sapato já tinha saído do pé e encostava naquele ladrilho gelado era o único ponto gelado em mim. Daquele momento ofegante numa mistura de tesão com felicidade já não existia silencio você berrava dentro de mim. O elevador mudou de andar nos chamando a atenção voltamos a subir os degraus até meu apartamento. Lá estava você no mundo que criei sem você de novo comigo para sempre comigo. Mesmo sem saber me carregou até a cama minhas pernas trêmulas em torno do seu quadril escorregavam de vontade. Fez em mim o que melhor sabia fazer fui longe delirei voltei. Tomamos vinho com cigarro de janelas abertas como se frio não existisse naquele quarto. Adormeci contando os pelos do seu peito que sempre soube quantos eram. Amanheci doente de paixão.

Beatrice Feital

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