quarta-feira, 18 de junho de 2014

Um poema de Gabriel Gorini


esse meu parapeito meu inferno
astral que se destaca nas
sucintas imagens celestiais
que se cobre em convulsões
maternas que abdica dos
espíritos primevos que se
fere em deslocamentos
amorosos em paixões
abortadas pela intempérie
já ninguém quer dançar
comigo esse meu parapeito
meu inferno astral que aceita
argumentos solúveis que
silencia os comboios partidos
que não comunga em paredes
encobertas que distancia qualquer
forma de afeto esse meu
parapeito meu inferno
astral que na dúvida retrai
a maré que no medo repele
ladeiras que no ímpeto
oculta os anseios esse meu
parapeito meu inferno astral
que não cessa em preces
convexas que corta o cabelo
curto ainda me pergunta se
eu acredito nas estrelas

Gabriel Gorini

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