segunda-feira, 9 de maio de 2016

Carta de Adeus


Me escreva uma carta de adeus
um bilhete de próprio punho
me deseje desejos genéricos
e me sopre um pouco de sorte
Nada além disso
Vire desmaterializado em história
lembranças que embaçam copos
Chegamos a ser mas não fomos
histórias a serem derramadas
pelas bocas dos outros
(desconhecidos)
Me escreva uma carta de amor passado
me negue os retratos e a divisão dos pratos
Chegamos a ser mais não fomos
Empurrão precipício abaixo
Coito interrompido
Vou adiante.
Te deixo uma poesia
um desejo de bom dia
e o iogurte que você gosta
que está na geladeira
Vou adiante.

Chegamos a ser mas não fomos.

Anaid Loup

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