quarta-feira, 16 de março de 2011

Dionísia Urbana

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Frequentemente, Caetano, eu e o Outro.
Mesmo horário.
Mesmo restaurante.
Mesmo elevador.
Mesma empresa.
Contraditoriamente, Caetano, eu e o Outro.
Mais silêncio, mais religião, mais sentidos.
Sentidos aguçados. Olhares fixos.
Perfume. Suor. Crucifixos.
Flechadas de ouro.
Um animal, dois animais. Besta-fera, borboleta.
Espelhos, Voyeur.
Doces e frutas – além de vinho e pão.
Corpos dançantes no corredor.
Corpos ‘la petit mort’ no confessionário.
Corpos sob o signo da Rosa.
Meus.
O cheiro no quarto. Nas mãos. Na consciência.
A ausência dessa última me orgulha.
Um culto em ações de graça, por favor.

Liza Almeida
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