segunda-feira, 10 de março de 2014

Ponto de cruz


choro
a erosão
do tempo
traçado
em ravinas

sei do que é
deserto:
o caminho
do homem

a vida é trama
dedicada à seca

entrelaçam-se 
desmandos
desenganos
desenredos

no horizonte
de esperas
o sertão bordado
de mandacarus

escrevo meu rumo
no ponto de  cruz

Jorge Ventura

Um comentário:

Anônimo disse...

Está também na edição 19 da revista Gente de Palavra. :)