quinta-feira, 28 de junho de 2018
terça-feira, 26 de junho de 2018
morte
deixo de me existir
para me tornar
uma vaga
ou nula lembrança
na cabeça daqueles
que eu conheci;
daqueles que eu não soube amar;
dos amigos que eu não fiz;
dos que souberam de mim
e dos que eu não soube.
adeus ao mendigo
que eu encontrei
pelado de graça
na avenida lúcio costa.
verso bonito a deus,
um qualquer verso errante,
como qualquer verso:
cheguei, senhor.
cheguei pleno de infelicidade
e de vontade de não ser homem,
de não ser ninguém
além
além
de um maquinário
do tempo.
do tempo.
Dênis Rubra
segunda-feira, 25 de junho de 2018
sexta-feira, 22 de junho de 2018
A mulher na praia
Todos os dias caminho no calçadão. Sempre muito
cedo. Só consigo manter a decisão (minha) e a promessa (ao médico), se bato a
porta logo que o sol aparece.
Somos uma turma pequena, quase sempre as mesmas
pessoas que surgem das ruas perpendiculares à praia e andam de lá para cá, indo
emboraquando chegam as babás e os bebês, as enfermeiras e os velhinhos sedentos
de sol.
Foi na semana passada. Parei para tomar uma água de
coco, e vi a mulher que ia na direção do Arpoador. A posseira de um território
ainda desabitado.
A claridade me cegava, mas me pareceu uma mulher de
meia-idade, com um duas-peças discreto, um chapelão exagerado para o horário.
Num exercício de imaginação, criei uma personagem. Uma
mãe de família louca por um mergulho antes de enfrentar o tanque e o fogão? Uma
executiva que aproveitava para se revigorar para inúmeras e inúteis reuniões?
Uma professora que ia encarar alunos malcriados e rebeldes?
Não sei. Mas conto que, na manhã de sol acanhado, a
mulher na praia deixou o chapéu na areia, tirou o soutien e mergulhou no mar
azul. Um topless sem plateia.
O mergulho foi rápido. Eu ainda estava no quiosque
quando ela saiu da água. Sacudiu o cabelo, vestiu de novo o soutien e voltou
para o final do Leblon.
Naquela manhã, a mulher na praia se fez sereia. Uma
sereia carioca.
Marilena Moraes
quarta-feira, 20 de junho de 2018
Lançamento do PB #39 no Midrash
Convidamos todos para o lançamento da trigésima nona edição
do jornal literário independente Plástico Bolha com leitura de textos da edição
e bate-papo com autores e produtores. A noite ainda contará com o show de Marco
Forte e Itamar Assiere em tributo a Tom Jobim.
Estranho singular
Tua mão passeia pela minha
Como a tinta saboreia o pincel
Para provar tua pele morena
Eu sou abelha em teu corpo mel
Tu despiste meus segredos
Num toque de olhar
Então navega em meu corpo
És meu pirata e eu sou teu mar
Me bate uma saudade
Do castanho dos teus olhos
E do arrepio em meus ouvidos
Com a rouquidão da tua voz
Nessa vida de chuva ácida
Teu riso doce invade meu ar
Pois mistério é sorte detida
Em teu estranho singular
Emanuelle Valentim
terça-feira, 19 de junho de 2018
Sarau do Plástico Bolha na Cidade das Artes
Tem mais um lançamento do Plástico Bolha #39 no início de julho! No dia 07/07, a edição #39 do jornal chega na sua nova casa, a Cidade das Artes, onde terá pouso certo. Às 18h, celebraremos essa chegada com um sarau na Sala de Leituras.
Mais informações no site: http://cidadedasartes.rio.rj.gov.br/programacao/interna/866
segunda-feira, 18 de junho de 2018
Desabafo
Socorro!
Sou de Santa
Cruz e ando correndo perigo.
Onde faço
minha carteirinha de “não bandido”?
Onde eu falo
pro meu grito ser ouvido?
Sou
trabalhador
Ou será que
sou foragido?
Quem deveria
me responder
Parece se
esconder
Calaram-se
com a propina
E fingem não
perceber
Que a cada
dia
Mais um
jovem é confundido nessa chacina
Infelizmente
essa é a realidade da nossa rotina.
Jovens são desovados em container de lixo nas
nossas esquinas.
Eu preciso
de alguém que me explique o que é a vida
E não me
deixe ser mais um na estatística
Peço
socorro, porque já não sei oque faço
Afinal, meu
dinheiro não dá nem pra pagar o busão lotado
Quanto mais
fugir pra região dos lagos
Quando o
bicho pegar.
E pegou!
Mais de 150 jovens nenhum era filho doutor.
Estudantes,
Trabalhadores
Mas não tinha nenhum parente de desembargador
A solução
foi culpar geral e dizer que era complô.
Uma semana
se passou e nenhuma resposta para aquela injustiça que nos foi imposta.
No curral
eleitoral hoje você não se mostra
Mas nós
estamos observando candidato
Todo seu
mandato de fracasso!
Não nos
contentaremos mais só com as ruas asfaltadas
Queremos
voz. E a sua permanece calada.
Jhon Vital
sexta-feira, 15 de junho de 2018
quarta-feira, 13 de junho de 2018
Lançamento do livro "Tertúlia dos Vales", em Belo Horizonte
"Tertúlia dos Vales" é um livro organizado por Rafael Avelino com a obra de diversos autores do interior de Minas Gerais e feito com o objetivo de impulsionar a cultura e a arte nas regiões dos Vales do Muriqui e do Jequitinhonha.
No dia 15/06 será a vez do lançamento ocorrer na cidade de Belo Horizonte.
terça-feira, 12 de junho de 2018
Edição #39 do Plástico Bolha já está no site
Temos motivos para comemorar: o Plástico Bolha chegou em sua 39ª edição! São treze anos de história, muita energia e pessoas colaborando para tornar um jornal literário independente uma realidade no Brasil.
Você já pode conferir a nova edição no nosso site (em html e pdf): jornalplasticobolha.com.br
domingo, 10 de junho de 2018
sábado, 9 de junho de 2018
sexta-feira, 8 de junho de 2018
quarta-feira, 6 de junho de 2018
segunda-feira, 4 de junho de 2018
Maracatu
minhas
lágrimas encharcam
o
solo árido do sertão
aqui
minha dor tem som de zabumba
o
resto é silêncio
Thaise Diaz
Lançamento do PB #39 em Juiz de Fora
Poesia numa hora dessas é um encontro informal de poetas,
editores e leitores para lançar e apresentar livros, ler poemas e tomar cerveja
no final da tarde de sábado.
• Lançamento da edição 39 do jornal Plástico Bolha.
• Lançamentos das
plaquetes "Duas vezes o sol", de Laura Assis (Aquela Editora), e
"poemas da cor do sangue", de Lucas Viriato (edição do autor), e do
romance "Há um colete salva-vidas embaixo do seu assento", de Ana
Paula El-Jaick (Texto Território).
• Edições Macondo apresenta os livros "Amanhã alguém
morre no samba", de Carla Diacov, "O dia do búfalo", de Matheus
Hotz, e "Ao jeito dos animais caçados", de Otávio Campos.
• Leituras com as poetas Anelise Freitas, Fernanda Vivacqua
e Marcela Batista.
09 de junho, sábado, a partir das 17 horas.
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