segunda-feira, 17 de novembro de 2025
Bembé da liberdade
Os pretos todos novos
Jogados à terra em flor
Foram aterrados aos poucos
Não como gente de valor
As ruínas do cais do Porto
O Valongo que se mostrou
Vem revelar um passado
que nos é constrangedor
São camadas e camadas
De terra, tempo, rancor
Tentativas e descasos
Pra se esconder o horror
Congo, Angola e Benguela
Pedra do Sal testemunhou
A diáspora africana
Roma Negra Salvador
Ben Ben Bembé
Dá licença que me vou
Ben Ben Bembé
Ben Ben Bembé
Vou tocar meu Agogô
Ben Ben Bembé
Ben Ben Bembé
Dá licença que me vou
Ben, Ben Bembé
Ben Ben Bembé
Vou pro Bembé bater meu tambor
A história permanece
Não prescreve uma dor
Deixa rastro sobre o lastro
Do chão em que se pisou
Hoje eu canto a minha graça
O meu credo, o meu valor
Não vou deixar barato
Qualquer preconceito de cor
Reafirmo a minha presença
Com toda glória e vigor
Grito forte, canto alto
Foi o Bembé que me ensinou
Osvan Costa
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário