quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Negros olhos — um poema de Fernando Brum

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Negros olhos
Tudo em mim
Sopros das nuvens
Todas de píneas.

Rochedo em ares
Livre dos meus
Todos os sonhos
Quebram aqui.

Lúridas penas
Que agora voam
Dissipam no ar
Na época lívida.

Pobres afoitos
Perdidos em caos
Sobram nas noites
Em pleno inverno.

Sabor de chumbo
Teu rosto virado
Enlaçam meus pés
Livres de tudo.
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Fernando Brum
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