É amanhã a próxima edição do Labirinto Poético no centro do Rio. Só gente boa, palavras e movimento! Apareça e venha se perder com a gente!
sexta-feira, 29 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
Margaridas sem açúcar
Na composição em que amanheço
Metáforas
trágicas invadem o subsolo
Segrego
o que aflige, e mato
Jaz,
bailarina lilásComo todo incerto,
perceptível e vulnerável.
Até margaridas amargavam de inquietude
Em nada consiste teu ascendente
Rascunho a lembrança
Foram se as eras, eu ira
No entorpecido noturno em que consisto
Mia Vieira
terça-feira, 26 de junho de 2012
Lançamento do livro de Delano Valentin
Lançamento do novo
livro "Todo mundo é Jhow", de Delano
Valentin, dia 28 de junho, quinta-feira próxima, a partir das
19h na Livraria da Travessa (Shopping Leblon). Vale conferir!!!
domingo, 24 de junho de 2012
Fuga do campo das flores, de Pedro Bastos
I
bocas fechadas repletas de terra
bocas com línguas aterradas
dentes com raízes
céu da boca encoberto
ácido torrencial
veneno gástrico
II
bocas e beijos secos
cascalhos trocados
feito sentimentos
fáceis de encontrar
e jogar fora do chão
lábios áridos pedindo irrigação
por alguém que chegue de verdade
bocas pedem sementes
elas germinam como pedras
para o plantio das flores
Pedro Bastos
Pedro Bastos publicou este texto na última edição do jornal Plástico Bolha.
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poesia
terça-feira, 19 de junho de 2012
Homenagem para Santuza Cambraia Naves
A próxima edição do Plástico Bolha, vem com uma homenagem mais do que especial para a nossa amiga e colaboradora Santuza Cambraia Naves, colunista do Plástico Bolha que faleceu há pouco. Em meio ao vazio deixado por Santuza, nos organizamos para coletar depoimentos de pessoas próximas, colegas de trabalho, amigos e parceiros. O resultado desta homenagem estará na próxima edição, #32, com a participação de:
Augusto Guimaraens Cavalcanti
Isabel Mendes de Almeida
Jonas Soares Lana
Eduardo Lacerda Mourão
Gabriel Improta
Clara Lugão
Victor Moretto
Lucas Viriato
Sarah Silva Telles
Lu Menezes
Miriam Sutter
Laura Erber
Fred Coelho
Julio Diniz
Aluysio Athaíde
Ingrid Bittar
Paulo Henriques Britto
Saudades, Santuza!
R + P no Arpoador!
É na próxima quinta-feira, dia 21, 18h, a nova edição do R + P, organizado por Pedro Rocha, com a participação de Marília Garcia, Chacal, Dimitri Rebello e Heyk Pimenta. Entrada franca!
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Novos pontos de distribuição do PB em Paraíba do Sul - RJ
A equipe Plástico Bolha andou pela encantadora cidade de Paraíba do Sul - RJ neste fim de semana e espalhou a última edição do jornal por vários pontos da cidade. Vale conferir!!!
Os pontos onde o Plástico Bolha pode ser encontrado são:
- Padaria Point do Pão
- Padaria Pão Nosso
- Apparatus Vídeo
- Padaria Jesus – O Rei do Pão
- Banca Jatobá
- Mercado da Esquina
- Hotel Itaoca
- Mini Bar Maria Aparecida
- Armazém do César
- Restaurante da Tia Ana
- Bosque da Praça
- Estação DVD
Infância
Lembro-me da minha infância,
Tempo não muito distante.
Lembro-me e sinto saudades.
Mas também vontade de seguir adiante.
Brincava de pique-esconde, amarelinha,
Queimada, futebol e casinha.
Brincava de correr, pular, cantar e dançar.
Na rua, na chuva ou na fazenda.
O importante era brincar.
Saudades das brincadeiras,
Tinha bolinha de gude, pare-bola
E tinha a dança das cadeiras.
O tempo foi passando,
Surgem diários, agendas,
E cartinhas de amor vão chegando.
Caderno de perguntas, bilhetinhos,
As brincadeiras vão se transformando.
Mas a saudade da infância vai além
Saudade da essência e da inocência,
Da mocidade e da liberdade,
Da pureza e contato com a natureza,
Da serenidade e ausência de responsabilidade,
Da respiração e da oração,
Saudades...simples e sinceras saudades!
Patrícia Jales
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Lançamento do novo livro de Ramon Mello
O Jornal Plástico Bolha tem a alegria
de divulgar que o poeta Ramon Mello, publicado no Plástico Bolha e parceiro de
longo tempo, está lançando seu novo livro
Poemas tirados de notícias de jornal (Móbile Editorial).
O lançamento será dia 18 de junho, segunda-feira próxima, no Rio de Janeiro e 27 de junho em São Paulo. A obra foi contemplada pelo Edital Novos Autores Fluminenses 2010/2011 da Secretaria de Estado de Cultura do RJ.
Dois anos após a publicação de seu primeiro livro, Vinis mofados (Língua Geral, 2009), Ramon Mello revela em Poemas tirados de notícias de jornal
leitura cuidadosa da nossa melhor tradição: Oswald de Andrade, Manuel Bandeira
e Carlos Drummond de Andrade, propondo a adesão do poema ao que se passa no
mundo.
Como diz no posfácio do livro o filósofo e professor da Puc-Rio Eduardo Jardim, “a razão de os Poemas tirados de notícias de jornal serem tão bem-sucedidos consiste em que neles se sustentam, sem nunca se anularem um ao outro, dois princípios ou duas ‘éticas’ – a documental e a poética. Há entre eles, ao mesmo tempo, afinidade e crispação. Nisto reside a força da poesia de Ramon Mello”.
Rio de Janeiro
Dia 18 de junho,
às 19h, na Livraria Blooks (Praia de Botafogo, 316 – Botafogo – Unibanco
Arteplex)
São Paulo
Dia 27 de
junho, às 19h, na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 – Pinheiros)
Esperamos todos lá!!!
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Oficina de Jogos Poéticos
Essa semana tem Oficina de Jogos Poéticos, organizado pela nossa amiga de bolha Lúcia Helena Ramos. É nesta quinta, às 18h30, no SESC Tijuca. Atividade gratuita.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Os limites do amor
Para Lucielle
Wiermann
Não inverte a morte
em vida.
Com afinco tenta.
Entra.
Fica sem saída.
Risco
máximo,
o
amor não consola.Se sincero
e sério
é que mais se esfola.
Perdoe
meu
amor imperfeito,pois emana de um
ser se fazendo,
nunca feito.
Mesmo doendo,
é o imperativo
onde a poesia se levanta,
o amor em mim
é uma sina santa.
Robert
Garcia Toledo
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Papéis de Carta
Hoje,
enquanto limpava e arrumava meu armário, encontrei uma caixa que não via há
muito tempo. Na verdade, acho que essa caixa não é aberta desde que eu era
criança. Estranho pensar que esses papéis de carta, agora velhos, mofados e
irreconhecíveis, faziam parte do meu dia a dia tanto quanto respirar.
Antigamente, costumava escrever pequenas cartinhas para os meus amigos e
família pelo simples prazer de me deliciar com o toque da caneta no papel macio
e com a nova habilidade de escrever.
Com
papéis de carta perfumados e coloridos, um simples "obrigada" ganhava
uma força renovada, como se aquela palavra nunca tivesse sido dita antes por
ninguém no mundo. Era como se eu inventasse novas palavras quando as escrevia
naquelas alegres folhas, porque elas nunca estiveram em um lugar que as tratava
com tanto carinho quanto a minha mão, a caneta e os papéis brilhosos,
lustrosos, que chamavam atenção para cada sílaba e pareciam pronunciar o que
havia sido escrito neles em voz alta, de modo doce e suave, exatamente como
quem as lia as queria ouvir. Elas apelavam direto para os corações dos
destinatários, ainda que os textos tivessem erros de ortografia e talvez até de
gramática, comuns para crianças e, às vezes, até para adultos.
Isso
me faz pensar que ao escrever nossas vidas, muitas palavras mudam, o modo como
as usamos também muda, nossos objetivos ao escrevê-las e dizê-las mudam. E acho
que foi no meio dessa mudança que acabei trocando os papéis de carta não por
outros mais bonitos, como costumava fazer com minhas colegas na hora do
recreio, mas por papéis duros, em branco, que esperam ansiosamente por uma
resposta, para que alguém preencha o vazio interminável presente neles. Eles,
presentes no passado, agora já foram substituídos por essas teclas cujo barulho
incomoda, com letras espalhadas por um teclado que espera que quem as bate as
una de modo coerente, compreensível, responsável. É preciso preencher os
espaços entre elas rapidamente, automaticamente, sem pensar; as lacunas que
antes serviam para imaginação e intuição hoje são perigosas e, de acordo com o
que dizem, devem ser eliminadas em prol da eficiência e da seriedade, do
resultado. As letras estão separadas umas das outras como nós estamos, e talvez
elas não queiram ser juntas. Talvez elas não possam mais ser juntas hoje.
Talvez elas só pudessem ser juntas de um modo livre, com erros de concordância
e ortografia (mas sem erro nenhum, na verdade eram só as palavras e letras
brincando entre si) como eram antigamente, em lustrosos papéis de carta.
Fico
pensando em quantas palavras se perderam, em quantos sentimentos deixaram de ser
postos no papel e em prática, em quantas palavras deixaram de ser pronunciadas
em voz doce, só porque um dia, não sei bem quando, enclausurei os sonhos e
cores que haviam naqueles papéis dentro de uma caixa escura no meu armário -
obrigada.
Anna Israel
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Os mundos
Entre dois raios de pensamento
no quarto pendurado pela memória
um fio apenas liga a eternidade
aos alçapões
da massa bruta do Corpo.
Nos jardins claros
árvores vestindo amarelo, estátuas vestidas
de musgo
sob olhares de pedra.
Ventos de outono andam espalhando aromas
dum Cinza futuro onde homens
levantam na voz do pássaro___
serão de frágil linho
os fios antes de cobre
quando as janelas da Casa
não virem mais os braços da Estátua,
nem subirem mais o Corcovado.
Até que da casa Eterna
som dos saxofones arrancará das Memórias
toda lembrança de um Corpo___e os anjos subirem todos
levando de volta os olhos,
dois ouvidos Cansados.
Então minha alma se erguerá do Tempo.
Adiron Marcos
terça-feira, 5 de junho de 2012
Agora
Vamos imprimir nossas fotografias. Guardar guardanapos, arquivar livros e discos, contas vencidas ou pagas, bilhetes, listas de compras, imãs de geladeira e papéis de bala. Embalar a vácuo nossos cupons, holerites e agendas caducas. Vamos escrever diários e livros, tatuar frases, enterrar baús, congelar nossos vinhos no nitrogênio líquido só por garantia. Corra, corra que esse sorrir à toa, essa alegria boba, esse momento agora vale mais que toda a história.
Pedro Braga
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