terça-feira, 22 de outubro de 2013

Deitado em uma rede


Sentir

O cheiro da grama molhada
O balançar da rede
O som da água caindo

A mente se distanciando
As leves batidas do pé direito na parede
Um frio no estomago vazio e satisfeito

O acender de um cigarro
O resto do gosto de café na boca
O ardor das lágrimas no olho

As noites maravilhosas
Amigos para sempre
A glória

Para sempre incongruentes
Psicose emancipada que emana das vísceras
Memórias de uma menina

E sentir de novo

O entardecer
O pesar das pálpebras
O vazio da mente
A rede ficando mais lenta
O pé não mais tocando nada
Um breve segundo de morte

O fim da chuva



Luiz da Franca tem texto publicado na edição #32 do jornal Plástico Bolha.

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