quinta-feira, 29 de maio de 2014

Manequins


ninguém lembra de dar cor
ao olho
do corpo de plástico

mudo e magro
sonham dançar a valsa fria
com os bonecos da loja ao lado

dormem em pé
como cavalos

parasitas sem presa
sobras de nossa pressa

possuem a agonia das pedras
sem mar

a mesma cor de pele
de pêssego

não envelhecem

depois da bomba
resistirão ao medo
de barata

Fernanda Tatagiba

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