sábado, 24 de fevereiro de 2018

Poema de Cely Pereira


O que se envolve em mim agora:
O não-saber
Não-saber antigo, vívido e vivido em mente e à cores desde os
Anos iniciais de vida
Em uma outra abordagem:
O não-saber me causa angústia, dor, sofrimento e tudo de ruim que seja possível imaginar; todos os tipos de desconfortos de vida: meu corpo só queria se esquivar de tanto sentir...
O reconhecimento do não-saber:
Meu esquecimento precoce ou inexistente
Pupilas falhas, calejadas de tantas amarras
A dor de ver outro(s), não só de ver... de estar também
E sobreviver e resistir e lutar e treinar você mesma num exercício constante, doloroso, mas constante, que nem o não-saber.
Não-saber que me move, me abraça, dolorosamente, inconstante, inesperado:
Sinto o baque, esgarço, me esvaio, e saio, parto pra um lugar confortável que eu mesma não saiba.
Mas eu vejo
Que o meu não-saber
                                   [o que chamo de não-saber
Me (des)constrói, me corrói
E isso me deixa estupidamente feliz

O não-saber de agora não é o não-saber de ontem, talvez reciclável.

Cely Pereira

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