quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Texto de Nathan Queiroz Santos


Tenho certeza que você vai começar a ler esse texto por aqui, mas algum escritor famoso (não me lembro quem) escreveu em algum lugar (não me lembro onde) que não existe começo. Isso foi só um jeito que o homem criou para dar início as coisas como se fosse um pedaço do tempo... Quando se pensa em início, meio e fim. É como mudar o curso de um rio para dar a ele um “novo começo”. Portanto o começo desse texto se inicia agora, algumas linhas depois. Mas na verdade você pode começar a ler por onde quiser, como quiser e quando quiser (isso também foi um escritor famoso que disse) Mudando de assunto, preciso apresentar nesse papel o que entendo por contemporâneo, suceder aqui, uma séria de palavras que façam sentido e cheguem em uma finalidade acadêmica. Sem mais delongas, contemporâneo é tudo aquilo que está no tempo que não é seu tempo. É simples.

Vamos analisar cantores contemporâneos como Amy Winehouse. Amy sentia que nenhuma das músicas de seu tempo a representavam, nada que ela gostasse de ouvir, então Amy criou seu estilo musical totalmente “novo”. Era como ir de contra a tudo que estava sendo produzido e todos os cantores que estavam se lançando. Sabe Lady Gaga? Surgiu com um estilo musical eletrônico. Usava latinhas de cerveja como bob de cabelo e tinha um vestido de carne. Não me lembro de ninguém que fazia algo parecido naquela época. Quando questionada, Lady Gaga afirmou se sentir deslocada na chamada cultura POP. Nunca soubemos ao certo o que de fato caracteriza a indústria do POP music, mas depois que Lady Gaga foi apresentada ao mundo, uma cisão na produção de entretenimento havia sido aberta. Artistas buscavam mais e mais por algo novo e diferente. Porem ser contemporâneo não significa fazer algo novo, isso se chama mudança. Ser contemporâneo é simplesmente lançar um novo olhar a um tempo (espaço) que não parece ser o seu. Agamben afirma que cada pessoa possui o seu “contemporâneo”, ou seja, cada um desenvolve (ou não) o seu contemporâneo em seu tempo particular.

E dentro da literatura, como se desenvolve o contemporâneo? Acredito que quando um autor se arrisca em produzir algo diferente, escrever sobre temas utópicos ou até mesmo refazer algo canônico para que tenha uma nova roupagem. Pedro Gabriel, escritor brasileiro, publicou três livros de poesias, ambos escritos em pedaços de guardanapo durante um chope e outro na mesa do bar. Em sua escrita, ele brinca com a língua portuguesa e mistura sentimentos ortográficos.

Você já tocou o mar, Antônio? Parece uma imensa página líquida. Onde, imediatamente, tudo se apaga. Onde, definitivamente, nada é permanente. Os poetas mais ousados já abandonaram o papel faz tempo. Agora, usam o curso das águas para reviver suas angústias. Eu me chamo Antônio, mas poderia me chamar Esperança. Eu me chamo Antônio, mas poderia me chamar Ausência. Eu me chamo Antônio, mas poderia me chamar Saudade. Coragem. Amor. Distância. Qualquer sentimento que tenha a força para libertar minha poesia. Quem contempla o espaço tenta, na verdade, decifrar um poema que ainda não existe. Um poema que ainda espera a sua imaginação para poder realmente existir. Um poema que ainda espera os seus olhos para poder ser lido. Um poema que ainda espera as suas mãos para poder ser escrito. Escrever nada mais é do que juntar estrelas. É preciso mudar a nossa forma de enxergar o mundo. É preciso encarar o céu com a certeza de que cada estrela é uma palavra dentro de um imenso dicionário invisível ao olho humano.

Aqui eu dei o nome de fim.

Nathan Queiroz Santos

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