segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
COMO UM FILME DE GODARD
Acordei três da manhã com a sensação
esquisita de ter perdido alguma coisa.
Mas, acabara de acordar...
Seria assim tão distraída de deixar,
naquele lugar que havia deixado,
A fotografia do meu amado?
Seria eu um filme de Godard?
Fechei os olhos. Apertei as mãos. Concentrei-me
Com todo esforço enchi os pulmões de ar...
Mergulhei.
Procurei naquele lago escuro que aos poucos se definia.
A encruzilhada da esquina onde a teria deixado.
Usei o método tradicional associei busca a uma música,
uma paisagem, um pintor famoso,
Ou um cheiro de padaria gostoso.
Entusiasmei-me com a procura.
Tornei-me minuciosa. Segui rastros, pegadas, sítios
escavados...
Usei carbono 14 manual de caverna.
E qualquer indício, tornou-se ossos do ofício.
Entre escombros nada encontrei.
Nem impressões digitais.
Mas não desisti.
Avancei outra direção.
Desaguei na geleira, perto da cabeceira,
E entre a escrita, as camadas,
Ah, comecei a recordar.
Mas mais que repente o fôlego desandou a faltar.
Optei por uma pausa.
Um cigarro.
Fumei de baforada
Sem soltar fumaça...
Vieram nuvens e pássaros à cabeça.
Tristeza.
O abatimento encheu de lágrimas o sofrimento.
De nada adiantou.
A imagem que acariciei com as mãos
não consegui mais encontrar.
Afinal aceitei o mistério.
O amor na imagem do amado
Havia atravessado o espelho
Retornado ao passado.
Agora o Paraíso haverá de aguardar
outro encontro de amor.
Um novo filme de Godard.
Solange Padilha
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
Brasil Progresso na Fundição!
.
Hoje acontece mais uma edição do evento Brasil Progresso, organizado pelo nosso amigo de bolha Pedro Silva Bastos e com a participação de vários artistas, músicos e escritores. Toda segunda, na Fundição Progresso. Não perca!
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Yang e Yin, poema de Ulisses Tavares
.
Se tem alguém
Se tem alguém
Que de um lado
Por liberdade berra,
Óbvio:
Do outro lado
Existe guerra.
Ulisses Tavares
Ulisses Tavares é poeta sorocabano e vive se reinventando.
.
.
domingo, 21 de outubro de 2012
Sentimental, de Eucanaã Ferraz
.
É na próxima terça-feira, na Travessa de Ipanema, o lançamento do livro de poemas Sentimental, de Eucanaã Ferraz.
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Paulo Henriques Britto lança novo livro
.
É na próxima quarta-feira, dia 17, o lançamento do livro "A tradução literária" de Paulo Henriques Britto. O evento será na Livraria da Travessa do Leblon e contará com bate-papo com o autor às 19h e coquetel e sessão de autógrafos às 20:30h. Esperamos vocês lá!
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Palavras adversas, um poema de Ianê Mello
Se você me chama vida
eu te chamo morte
poço que aprofunda dores do sentir
eu te chamo morte
poço que aprofunda dores do sentir
Se você me chama alegria
eu te chamo tristeza
na penumbra que cobre a tarde devagar
Se você me chama desejo
eu te chamo indiferença
no esgar de sorriso a passear em lábios cor de sangue
Se você me chama presente
eu te chamo passado
no tempo que escorre pela fresta da porta entreaberta
Se você me chama brisa
eu te chamo tempestade
arrastando com fúria promessas guardadas no tempo da espera
Se você me chama completude
eu te chamo vácuo
nas horas que espero em vão sua presença dispersa em nuvens
Se você me chama verdade
eu te chamo calúnia
em palavras encobertas na tez branca pela véu da desesperança
Se você me chama grito
eu te chamo silêncio
e me despeço muda desse incansável sentimento que você teima em sentir
eu te chamo tristeza
na penumbra que cobre a tarde devagar
Se você me chama desejo
eu te chamo indiferença
no esgar de sorriso a passear em lábios cor de sangue
Se você me chama presente
eu te chamo passado
no tempo que escorre pela fresta da porta entreaberta
Se você me chama brisa
eu te chamo tempestade
arrastando com fúria promessas guardadas no tempo da espera
Se você me chama completude
eu te chamo vácuo
nas horas que espero em vão sua presença dispersa em nuvens
Se você me chama verdade
eu te chamo calúnia
em palavras encobertas na tez branca pela véu da desesperança
Se você me chama grito
eu te chamo silêncio
e me despeço muda desse incansável sentimento que você teima em sentir
Se você me chama nada
eu te chamo de amor
quando irônico sorri da dor que me rói por dentro
de com ferro em brasa ateia fogo no que de mim resta de humano
quando irônico sorri da dor que me rói por dentro
de com ferro em brasa ateia fogo no que de mim resta de humano
Ianê Mello.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
IV Prêmio Paulo Britto de Prosa e Poesia
.
É hoje, na PUC-Rio, a cerimônia de premiação do IV Prêmio
Paulo Britto de Prosa e Poesia, das 17h às 19h, no Anfiteatro Junito Brandão
(em caso de chuva, na sala L518). Compareça e prestigie os concorrentes e
vencedores!
quarta-feira, 19 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Na boca do povo
Dizem
que Teresa tem medo
Mais
até do que precisa.Às vezes, nem parece
Porque a moça se esforça
Dizem que Marisa sai cedo
E o marido nem se coça
Já percebeu a farsa
Mas sabe bem que merece
Teresa tem um gato persa
Marisa gosta de tocar gaita
Teresa diz que não é dessas
Marisa finge que acredita
Dizem
que, aos dezoito, Teresa ainda penteava bonecas
Vivia
trancada em casaE sonhava acordada com a chegada da cegonha
Dizem
que Marisa, aos treze, fumava maconha
Usava
cueca por baixo da saia E fazia cara quando a mãe saía maquiada
Dizem
que o gato de Teresa
Anda
miando Muddy WatersE que, entre enigmática e satisfeita
Marisa ri de achar graça
E que agora prefere as músicas
Em que ela suga mais que assopra
Eduardo
Pascottini
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Um poema de Starla Pisces
Como definir uma tarde de sol
agressiva?
O sol é quente impelindo raios
queimando a pele
desviando olhos
cansando os corpos
tragando a disposição resistente
da turba combatente
Eis que ela me traga,não o astro rei
A letargia
companhia de vestido ondulante
de cabelos cor de prata
sopra no meu rosto seu encanto
traiçoeiro
enxuga o suor e traz mais
inquietações
Canta um mantra:
Eu tenho tido tempo em vão
Eu tenho tido tempo em vão
Eu tenho? Tempo?
Tempo, meu irmão você é um sacana
Sigo pra casa porque ela me segue
sem consentimento prévio
pega na minha mão
Eu posso perceber quando alguém gosta
de mim de verdade
mas não sei se essa pessoa mente...
Ah o sol talhando um verso
um verso bolorento e preguiçoso
nem tudo que vem dele ilumina
e se ele pensou que me inspiraria rima
energizante se enganou
he ehe
Posso até rir da cara redonda dele
lendo isso
Imagino os dois deslizando pelo chão
de taco brilhando de cera
quase escorregadios
e muito apaixonados
Dancem dancem
Vão pra bem longe daqui
Eu também posso fingir que gosto...
Não sou primaveril!!!!!!!
Starla Pisces
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
Na minha língua
Na minha língua não se conjuga o verbo
que sou eu
Em qualquer tempo, em qualquer momento,
De qualquer modo.
Na minha língua, não completa o meu espaço de sujeito
Qualquer que seja o elemento
que se enquadre naquele espaço.
Na minha língua os elementos devem passar pela aprovação
de um signo, que designe a sua capacidade de expressão.
Depois sim, vamos determinar que tipo de relação será travada
com os signos que há em mim.
É da classificação que surge o encaixe,
no espaço devido da minha sentença.
Relação paradigmática com o outro,
que se dá em ausência.
Eu enquanto sujeito ou verbo?
Na minha língua, forma não se define sem substância,
E é uma dicotomia constante não poder separar os dois...
A visão tem que ser completa
conceito e som, mas sem norma.
Primeiro paradigma, depois sintagma
depois o magma que eu espero e desejo de uma sentença bem conjugada e possível de ser falada em mais alto e bom português.
Eu enquanto objeto, só participaria do predicado
E eu não aceito orações subordinadas nas minhas relações.
Apenas somas, coordenações de mundos, conjunções adversativas
Não se encontram nesta gramática. Então, um dia, existirá uma relação sintagmática.
Mas há um mistério ainda não desvendado por essa Lingüística...
Será que a minha língua pode ser falada?
Ou ainda... Será passível de ser traduzida?
Em qualquer tempo, em qualquer momento,
De qualquer modo.
Na minha língua, não completa o meu espaço de sujeito
Qualquer que seja o elemento
que se enquadre naquele espaço.
Na minha língua os elementos devem passar pela aprovação
de um signo, que designe a sua capacidade de expressão.
Depois sim, vamos determinar que tipo de relação será travada
com os signos que há em mim.
É da classificação que surge o encaixe,
no espaço devido da minha sentença.
Relação paradigmática com o outro,
que se dá em ausência.
Eu enquanto sujeito ou verbo?
Na minha língua, forma não se define sem substância,
E é uma dicotomia constante não poder separar os dois...
A visão tem que ser completa
conceito e som, mas sem norma.
Primeiro paradigma, depois sintagma
depois o magma que eu espero e desejo de uma sentença bem conjugada e possível de ser falada em mais alto e bom português.
Eu enquanto objeto, só participaria do predicado
E eu não aceito orações subordinadas nas minhas relações.
Apenas somas, coordenações de mundos, conjunções adversativas
Não se encontram nesta gramática. Então, um dia, existirá uma relação sintagmática.
Mas há um mistério ainda não desvendado por essa Lingüística...
Será que a minha língua pode ser falada?
Ou ainda... Será passível de ser traduzida?
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
Coreografia do absurdo
: na dança, o vazio
do
corpo em pé
do
enfado incorporado
ao
incômodo desesperado
por
gestos.
:
pelo chão, rastros
de
pés primitivos
nus
em risco
na
brusca busca
pela
explosão
riscada
em puro
movimento
anulador.
:
inumano, o corpo
em
forma deformada
distrai
os contornos e
transpõe-se
ao ritmo
conforme
atravessa
a
pele sobre os
músculos.
:
orgânicos, atlânticos,
pés
em braços sob costas
encostadas
no outro
que
é pura extensão
de
si em um só.
a
perna segue sozinha
com
voz encaminhando
os
ossos.
:
coreografia do absurdo -
o
corpo não se sabe
só.
o
corpo só
se
cabe
morto.
Maíra
Ferreira
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Lançamento de novo livro de Alice Sant'Anna
Lançamento de “Pingue-Pongue”, novo livro de Alice Sant'Anna em parceria com Armando Freitas Filho. É
amanhã, terça-feira, às 19:00h – Livraria Timbre –Shopping da Gávea.
Nos encontramos lá!!!
CONSTRUIR
O telhado impede
o piso
concede aos pés
a maciez
as portas, bifurcações
do acaso: entrar
sair
ficar na soleira
voltado ao tempo
original da hora
janelas permitem observar
a rua pelo lado de fora.
Pedro Du Bois
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Comemoração do Dia do Escritor no Planetário
A
convite de Selma Rodrigues, a fantástica bibliotecária do Planetário, integrantes
da equipe do Plástico Bolha participaram do Pocket
Book, com relançamento de seus livros, no Auditório Sérgio Menge — Planetário da Gávea. O evento fez parte das
comemorações do Dia Nacional do Escritor. Os autores Ana B, Augusto Guimaraens Cavalvcanti, Camila Justino, Lucas Viriato e Maria de Lourdes Souza conversaram
com alunos da Escolas Municipais Manoel Cícero e Julio de Castilhos. O encontro
foi muito produtivo e enriquecedor para todos. Ao final, os alunos mostraram seu
talento, dando voz a vários poemas do jornal. Após o sorteio de livros, todos
voltaram para casa com um pouco mais de poesia.
Marcadores:
evento,
fotos,
lançamento
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Beijo pelo não-beijo
Ele fez da queda um passo de dança,
do
medo uma escada,
do
sono uma ponte,
da
procura um encontro.
Fernando
Sabino em “O encontro marcado”.
Ficou um beijo engasgado na minha boca
esta manhã. Há meses, eu faço e desfaço versos de canção sobre tocar seus
lábios matutinos. Toquei-os ininterruptamente todos os dias. Foi meu ato
natural. Ação consecutiva ao despertar dos olhos. Preencheu o vazio
imperceptível entre os piscares da pálpebra ao acordar.
Hoje eu vi o silêncio. O nada sem o
qual não há canção. O vazio no ritmo, na métrica, na melodia. A sílaba átona
sem a qual não existe tom. Aquela coisa assustadora ao meio dia. A voz seca.
Hoje eu descobri o azul acima do céu de Edvard
Munch. O caos sem cor.
Não te
beijar superou o meu beijo, porque eu descobri o seu. Ouço uma canção nascer. A
sinfonia explodir do silêncio. Uma nota suave surgindo da pausa entre às
sensações. Eu posso ver o seu sorriso através do meu. Eu sei, não te beijar me
ensinou.
Ensinou-me a
cantar sem dizer. A cantar pelo o que não se diz. A ouvir toda canção pelo
silêncio interrompendo o som, parindo o ritmo, parindo tudo. Olho pela janela e
penso. Tem um mundo de quedas lá fora. Não te beijar ensinou-me a não beijar, a
te beijar a sua boca de cada dia. O valor em se ter um poema engasgado no dedo.
Saí de casa.
E fui pela rua pensando no beijo que eu não te dei, na pálpebra que piscou
mesmo assim, na manhã que nasceu. E na
inevitável sensação de não ter acordado, não ter saído de casa, não estar aqui
escrevendo para você.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Um conto de Beatrice Feital
Subia as escadas correndo tentando no meio daquela
excitação me controlar. Te encontrar naquela noite não estava nos planos e você
me surpreende quando paga a conta pega os vinhos me puxa pela mão e me tira os
sentidos. Totalmente fora de sentido. Mostrando que o tempo para nós não existe
é nosso. E então você corria atrás de mim. Eu nervosa para você logo chegar
confusa para me entregar. Aos poucos vou sentindo seu cheiro e de uma só vez você
me leva me eleva me tira do mundo com aquele beijo. Aquele beijo que eu tinha
guardado na parte de trás da minha nuca guardado numa memória não acessada a
tempos guardado na parte mais especial da minha vida por debaixo de toda a nova
rotina. Durante aquele beijo eu larguei tudo que conquistei nesse tempo e
voltei a ser como sempre fui e tinha me esquecido. Meus pés mal tocavam o chão
meu sapato já tinha saído do pé e encostava naquele ladrilho gelado era o único
ponto gelado em mim. Daquele momento ofegante numa mistura de tesão com
felicidade já não existia silencio você berrava dentro de mim. O elevador mudou
de andar nos chamando a atenção voltamos a subir os degraus até meu
apartamento. Lá estava você no mundo que criei sem você de novo comigo para
sempre comigo. Mesmo sem saber me carregou até a cama minhas pernas trêmulas em
torno do seu quadril escorregavam de vontade. Fez em mim o que melhor sabia
fazer fui longe delirei voltei. Tomamos vinho com cigarro de janelas abertas
como se frio não existisse naquele quarto. Adormeci contando os pelos do seu
peito que sempre soube quantos eram. Amanheci doente de paixão.
Beatrice
Feital
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Plástico Bolha Edição #32
Desde
11 de julho a Edição 32 do nosso Plástico Bolha está nas ruas. É a poesia
tomando conta de muitos pontos em muitas cidades Brasil afora. Desfalcados da nossa querida colunista, a professora da PUC-Rio, Santuza Cambraia Naves, as bolhas poéticas se espalham por Porto Alegre, Florianópolis,
Curitiba, Antonina, Salvador, São Paulo, Sumaré, Vitória, Vila Velha, Brasília,
Cataguazes, Juiz de Fora, Ibitipoca, Ouro Preto, Ipatinga, Inhapim, Belo
Horizonte, Rio das Ostras, Miracema, São João da Barra, Nova Friburgo, Petrópolis,
Paraíba do Sul, Niterói, Itaguaí, Paraty, Nova Iguaçu, Duque
de Caxias, Rio de Janeiro, e Teresina disseminam a poesia contemporânea através do Plástico Bolha. Aguardem, brevemente todos os pontos de distribuição estarão atualizados no nosso site.
E esta edição foi ainda mais longe... Fizemos evento de lançamento também em São Paulo, na Casa das Rosas. Um luxo!!!
O Plástico Bolha tá na estrada!!!
terça-feira, 14 de agosto de 2012
1º Seminário Internacional de Arte e Educação do Rio de Janeiro
Começou hoje o 1º Seminário Internacional de Arte e Educação do Rio de Janeiro no Centro Municipal de Artes Calouste Gulbenkian. Participe! E sábado, teremos mais um Labirinto Poético como parte da programação do evento.
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
domingo, 5 de agosto de 2012
Lançamento do Plástico Bolha #32 em SP!
O projeto literário Plástico Bolha está
chegando a São Paulo, e para ficar! Uma parceria inédita entre a Casa das Rosas
(Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura) e o Plástico Bolha vai lançar
na capital paulista as edições do jornal, com direito a leitura de
poemas e bate-papo com os
autores.
Para inaugurar, lançaremos na
próxima sexta-feira, 10 de agosto, às 19:30h, a edição #32 do jornal Plástico
Bolha. Todos os leitores, colaboradores, poetas e amigos paulistanos estão
convidados para o evento. Vá buscar sua edição gratuitamente, ouvir os poemas e
participar da conversa com a equipe e os autores do jornal.
A programação da noite também
contará com a homenagem do Plástico
Bolha ao poeta, professor e tradutor Paulo Henriques Britto,
autor de dois poemas da edição. Augusto Guimaraens Cavalcanti, Camila Justino e
Lucas Viriato lerão peças de destaque da sua obra, do livro de estreia,
“Liturgia da Matéria”, até o mais recente, “Formas do Nada”.
Agradecemos imensamente a todos
da Casa das Rosas, à Organização Social de Cultura POESIS e à Secretaria de
Cultura do Estado de São Paulo pela oportunidade de levar o Plástico Bolha à cidade
mais efervescente da América Latina. São Paulo, aqui vamos nós!
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
O Plástico Bolha no Planetário - Gávea - Rj
O Plástico Bolha invadiu o Planetário. Nesta manhã ensolarada de quinta-feira, os autores Lucas Viriato, Augusto de Guimaraens Cavalcanti, Camila Justino, Ana B. e Maria de Lourdes Souza conversaram com alunos de escolas públicas comemorando o Dia do Escritor, na edição do Pocket Book - Auditório Sérgio Menge - Planetário - Gávea-RJ. Os autores falaram de sua relação com a leitura e os processos de escrita, leram poemas, contos e trechos de seus livros. Ao final do bate-papo, cada autor sorteou exemplares de suas obras entre os alunos. Foi uma festa!!!
terça-feira, 31 de julho de 2012
Fluidos, bemóis e um café
saudade de quando você foi batimentos
suor frio... borboletas.
saudade da liberdade de te fazer um mundo!
saudade e falta de sentir, cheirar, suar e te fazer soar
saudade da saudade de 5 minutos
saudade de tudo o que não restou.
Quero mandar embora meus sentimentos
os bons, que me entristecem
os ruins, que me torturam
e a saudade, que mata.
Foram bons os dias de sol
dias que eu pude confiar
mesmo sem saber...
fluídos, declarações, promessas, conchinha.
Mais do que isso, melhor do que isso:
eu vivi o meu amor.
A minha esperança foi apaixonante
minha fé, estonteante
minha inocência, meu suicídio.
Ok, fim de tempo, acabou o jogo.
Sem prorrogações, só bemóis daqui pra frente.
Até que alguém diferente me faça voltar a assoviar
com o coração
com a mente
com o corpo
e com a alma.
Já posso acordar.
Daniela Ortiz Beltran
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Solidariedade aos artistas da Bhering
O Plástico Bolha, sua equipe e colaboradores, se
solidarizam com os artistas que ocupam a antiga Fábrica Bhering. É triste ver
como os interesses do Capital devoram sem piedade as manifestações culturais
mais espontâneas. Porém, antes o despejo do que a assimilação. Ocupemos tudo!!!
Não desanimem...
O Plástico Bolha ao longo dos últimos
6 anos recebeu e continua recebendo muitos textos para avaliação. Infelizmente não podemos publicar
tantos autores quanto gostaríamos, mas enviem seus textos que serão devidamente
selecionados pela comissão editorial e, sendo aprovado, a qualquer momento
serão publicado seja no Blog ou no impresso. Este processo é demorado
mesmo, mas continuem produzindo e nos enviando seus textos que nos dão sempre muito
prazer em ler.
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Labirinto Poético: tudo azul — amanhã!
É amanhã, sábado, 28 de Julho, às 19h, a próxima edição do espetacular sarau Labirinto Poético com:
Breno e Bráulio Coelho
Jonas Sá
Picareta Cultural
Banda Canto Cego
Iogs
Revista Falafel
Jornal Plástico Bolha
Curtos e Curtíssimos
Pedro Zylber
Delano Valentim
Os Sete Novos
Curadoria de Lucas Viriato
Direção artística de Isabella Pacheco
Apresentação de Domingos Guimaraens
Fotos de Piti Tomé
Uma realização da Coordenação de Arte e Eduçação, Livro e Leitura da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro. Rua Benedito Hipólito, 125 - Praça XI (Centro de Artes Calouste Gulbenkian
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Um poema de Lianto Segreto
Entre o som e o silêncio? Que notas existem entre o dó e ré?
Melhor, entre o dó e seu sustenido?
Que vibração serpenteia no infinito quando num surto o verso desencadeia melodia em teia?
Sou o intervalo doloroso entre o nascer e morrer.
Sou o intervalo poético entre a inspiração e o escrever.
Sou a pena que atesta serena palavra sobre a pena de existir.
Sou aquele que encena no palco da existência. Sou fé e paciência.
Sou palavra e silêncio. Um foco de luz repleto de treva, caminhando na terra e mergulhando no mar.
Sou Deus, por participação. Inércia e variação. Canto escondido, poeta entretido.
Observador observado. Viajante do Infinito. Poesia do não dito. Concreto símbolo do abstrato.
Lar amarelo da vida. Caso perdido, um achado no vale do grande nada. Contemplação completa.
Mistério. Sou o que não pensam de mim. Sou o que não sei de mim. O sorriso no rosto do palhaço.
O néctar da dúvida. Efígie mental. Caminhante elemental. Lágrima sutil. O momento de amor.
Sou um segredo: aquilo que não pode ser revelado.
Lianto Segreto
terça-feira, 24 de julho de 2012
Maquinarização
Troco facilmente uma noite pelos bares da cidade
por uma noite a escrever
O curto momento onde o Eu está comigo “mesmo”
fingindo ser outro
Troco toda efemeridade de noites vazias pela
profundidade das palavras
tortas, calejadas, marcadas de historicidade.
Falar sobre temas já falados como amor, dor,
solidão
amizade, ciúme, paixão
Falar sobre a liberdade do homem!
Sobre o pensamento...
Se é que existe outro lugar onde o homem é
realmente livre
eu não conheço.
Talvez em um picadeiro anarquista em um palco
esquizofrênico,
mas não.
Não acredito mesmo que a real noção de liberdade
transcenda ao pensamento.
Basta que nós, domados por nós mesmos,
libertemo-nos
Basta que nos afastemos de toda a prisão domiciliar
existente
afastemo-nos das redes e conexões,
do emaranhado de sinapses,
Afastemo-nos da mecanização do homem.
Para obter, enfim
A liberdade.
Temos instantes de escrita, voz,
temos instantes de humanização na humanidade
onde nossa presença se faz realmente presente.
E nesse breve momento
Estamos amarrados.
Correntes de âncora nos prendem ao pé da cama
Incessantemente tentamos cerrar elo por elo
da imensidão estrutural ao invés de apenas cerrar
o pé da cama
madeira envelhecida, quebradiça,
imperceptível.
A impossibilidade se faz e a liberdade foge de
nosso ser
antes mesmo de chegar à boca.
Foge e corre como uma criança que não conhece as
maldades do mundo
mas que não aceita doce de estranhos.
Foge rapidamente para onde ela possa se fazer
presente novamente.
Vai para o pensamento de muitos outros,
Amantes calados
poetas
para o pensamento dos solitários.
Foge para o pensamento daqueles que aproveitam o
pensamento
E escorre em uma fluidez muito pouco tensionada
Escorre para outros enquanto o homem se faz
máquina
E nesse momento incessante
Maquinarização, amarra
Humanização, amante
Um som de ferrovia invade a alma
e nos lembra, novamente
de nossa sofreguidão,
De nossa ânsia por liberdade
Fluida
que escorre por palavras,
armadilhas
sociais
silábicas e sedentas e saturadas.
Armadilhas instauradas
Um prego para cada braço e um para os pés
E a contemporaneidade repete de forma sutil o
ritual
É o preço por tentar a liberdade em um mundo
onde os pensamentos se transformam em palavras
e as palavras se transformam em um mundo
É o preço de tentar a liberdade em uma palavra
onde o mundo se transforma em palavras
e as palavras se transformam em pensamentos
Espero apenas o dia em que o silêncio marcará a
liberdade
Enquanto isso seguimos
Em bares, em noites de escrita
em bons sorrisos, e choros marcantes.
dia após dia
com a consciência de nossas amarras, a
invisibilidade do pé da cama
Sempre transformando
homem em máquina, máquina em homem
E com medo do porvir.
domingo, 22 de julho de 2012
Um poema clássico de Naaman
E na porta do convento
As migalhas não traduziram
As pombas degradadas.
Um cão que passava
Poderia ser considerado
Mais astuto que eu,
Porém faço versos
E sou moribundo,
Meus caninos não servindo
Para um ataque.
Marcadores:
clássicos do bolha,
poesia
Assinar:
Postagens (Atom)