terça-feira, 26 de março de 2024

Soneto da Bradamante


escurece o clarão do dia
estribos alazão embocadura
levo ao estábulo para a montaria
e ao fim da tarde de danação e açoite
quando às vezes o castigo e outras vezes não
resta certo então o que se desvela à noite
sob as velas do quarto sou eu a Tua guia
monto arreios e sela e entôo o meu canto
a voz que o maltrata e tão doce te chama
a luz que rutila o teu olhar que me clama
por piedade patife enamorado
de medo te contorces na cama domado
e de amor e alegria ao prazer cintilante
pois que és tu um cavalo e eu a Bradamante


Larissa Lins

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