sábado, 30 de março de 2024

Um poema de Larissa Lins


Maud Gonne foi embora para Bizâncio
E embora rumo a lá eu me navegue
Me amedrontam me correm pelo sangue
Suas vozes que me ocorrem em prenúncio
De um outro tempo fora da natureza
Em que o ouro dos joalheiros gregos
Que fabricam passados que congrego
Em relógios que cintilam em leveza
Dentro do meu coração desejo
E animal agonizante daqui vejo
Aquilo lá não é terra para velhos
Mas rumo a cidade de Bizâncio sagrada
Percorro mares com minha alma estilhaçada
Porque aqui também não é terra para velhos


Larissa Lins

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