quarta-feira, 19 de abril de 2017

Desmaterializar-se


(Som do vento)
sopro do mundo
os orvalhos caem levemente das folhas,
Caem lentamente das suas pálpebras
(Som de pingo d’agua)
pinga nas terras firmes
onde semeei.

Se enraíza
se alimenta dos teus próprios adubos
mas cresce,
cria galhos
e folhas
e flores
e frutos.
E se desmaterializa.

Te sinto, mas não te palpo,
não cabes em minhas mãos.

És a fresca que surpreende e refresca no meio do dia.

o pássaro que me visita nas manhãs
Me canta, me encanta
te alimentas
e voa. 

Me apaixono todos os dias, quando tu se vai.

Jamile Cazumbá

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