sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Sarau Santuza Cambraia Naves

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É hoje, na PUC-Rio, o encontro dos amigos e parceiros da professora Santuza. A partir das 17h!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

IV Prêmio Paulo Britto de Prosa e Poesia

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É hoje, na PUC-Rio, a cerimônia de premiação do IV Prêmio Paulo Britto de Prosa e Poesia, das 17h às 19h, no Anfiteatro Junito Brandão (em caso de chuva, na sala L518). Compareça e prestigie os concorrentes e vencedores!

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Na boca do povo


Dizem que Teresa tem medo
Mais até do que precisa.
Às vezes, nem parece
Porque a moça se esforça

Dizem que Marisa sai cedo
E o marido nem se coça
Já percebeu a farsa
Mas sabe bem que merece

Teresa tem um gato persa
Marisa gosta de tocar gaita
Teresa diz que não é dessas
Marisa finge que acredita

Dizem que, aos dezoito, Teresa ainda penteava bonecas
Vivia trancada em casa
E sonhava acordada com a chegada da cegonha

Dizem que Marisa, aos treze, fumava maconha
Usava cueca por baixo da saia 
E fazia cara quando a mãe saía maquiada

Dizem que o gato de Teresa
Anda miando Muddy Waters
E que, entre enigmática e satisfeita
Marisa ri de achar graça
E que agora prefere as músicas
Em que ela suga mais que assopra

Eduardo Pascottini

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Um poema de Starla Pisces


Como definir uma tarde de sol agressiva?
O sol é quente impelindo raios
queimando a pele
desviando olhos
cansando os corpos
tragando a disposição resistente
da turba combatente
Eis que ela me traga,não o astro rei
A letargia
companhia de vestido ondulante
de cabelos cor de prata
sopra no meu rosto seu encanto traiçoeiro
enxuga o suor e traz mais
inquietações
Canta um mantra:
Eu tenho tido tempo em vão
Eu tenho tido tempo em vão
Eu tenho? Tempo?
 
Tempo, meu irmão você é um sacana
Sigo pra casa porque ela me segue
sem consentimento prévio
pega na minha mão
Eu posso perceber quando alguém gosta de mim de verdade
mas não sei se essa pessoa mente...
Ah o sol talhando um verso
um verso bolorento e preguiçoso
nem tudo que vem dele ilumina
e se ele pensou que me inspiraria rima energizante se enganou
he ehe
Posso até rir da cara redonda dele lendo isso
Imagino os dois deslizando pelo chão de taco brilhando de cera
quase escorregadios
e muito apaixonados
Dancem dancem
Vão pra bem longe daqui
Eu também posso fingir que gosto...
Não sou primaveril!!!!!!!
 
Starla Pisces

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Na minha língua


Na minha língua não se conjuga o verbo que sou eu
Em qualquer tempo, em qualquer momento,
De qualquer modo.

Na minha língua, não completa o meu espaço de sujeito
Qualquer que seja o elemento
que se enquadre naquele espaço.

Na minha língua os elementos devem passar pela aprovação
de um signo, que designe a sua capacidade de expressão.
Depois sim, vamos determinar que tipo de relação será travada
com os signos que há em mim.

É da classificação que surge o encaixe,
no espaço devido da minha sentença.
Relação paradigmática com o outro,
que se dá em ausência.

Eu enquanto sujeito ou verbo?

Na minha língua, forma não se define sem substância,
E é uma dicotomia constante não poder separar os dois...
A visão tem que ser completa
conceito e som, mas sem norma.
Primeiro paradigma, depois sintagma
depois o magma que eu espero e desejo de uma sentença bem conjugada e possível de ser falada em mais alto e bom português.

Eu enquanto objeto, só participaria do predicado
E eu não aceito orações subordinadas nas minhas relações.
Apenas somas, coordenações de mundos, conjunções adversativas
Não se encontram nesta gramática. Então, um dia, existirá uma relação sintagmática.

Mas há um mistério ainda não desvendado por essa Lingüística...
Será que a minha língua pode ser falada?
Ou ainda... Será passível de ser traduzida?

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Coreografia do absurdo


: na dança, o vazio
do corpo em pé
do enfado incorporado
ao incômodo desesperado
por gestos.
 
: pelo chão, rastros
de pés primitivos
nus em risco
na brusca busca
pela explosão
riscada em puro
movimento
anulador.
 
: inumano, o corpo
em forma deformada
distrai os contornos e
transpõe-se ao ritmo
conforme atravessa
a pele sobre os
músculos.
 
: orgânicos, atlânticos,
pés em braços sob costas
encostadas no outro
que é pura extensão
de si em um só.
a perna segue sozinha
com voz encaminhando
os ossos.
 
: coreografia do absurdo -
o corpo não se sabe
só.
o corpo só
se cabe
morto.
 
Maíra Ferreira


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Lançamento de novo livro de Alice Sant'Anna


Lançamento de “Pingue-Pongue”, novo livro de Alice Sant'Anna em parceria com Armando Freitas Filho. É amanhã, terça-feira, às 19:00h – Livraria Timbre –Shopping da Gávea.

Nos encontramos lá!!!

CONSTRUIR


O telhado impede

                 a natureza
 
                o piso
                concede aos pés
                a maciez
as portas, bifurcações
do acaso: entrar
                 sair
                 ficar na soleira
                 voltado ao tempo
                 original da hora
 
janelas permitem observar
a rua pelo lado de fora.

Pedro Du Bois