quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Três Riscos, poema de Arthur Henrique Martins

risco I:
 
se tu és o penhasco,
não desejo outra queda.
 
risco II:
 
entrastes em minha casa
e contigo toda poeira da rua.
 
mas viestes com espanador em mãos.
 
risco III:
 
corpo rijo em pendulares.
de um lado a outro, tu no meio.
conservado o movimento em newton.
até que o tédio dos ângulos opostos rompeu a corda.
 
o mundo não tem braços.

Arthur Henrique Martins

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