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A bola que rola na rua
O carro que sobe a ladeira
O grito do moleque do alto do muro
E lá se vai...
...se vai mais uma estrela
...se vai mais um na pista
O tapa no canto da orelha
A barriga que nunca está cheia
E o moleque de calção de banho
E lá se vai...
...se vai descendo a onda
...se vai mais um dos bambas
As noites e as farras mil
Cachaça e conhaque, um barril
Um beijo em quem nunca se viu
E lá se vai...
...se vai amando torpe
...se vai trocando os pés
O corpo deitado e nu
Suor ainda nas têmporas
Foi tiro, foi pássaro, foi vento
Ninguém viu, nada se ouviu, nenhum relato
E lá se vai...
...se vai vivendo a beça
...se vai vivendo a beça
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Bianca Rezende
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4 comentários:
Que poema mais lindo...ótimo saber que existem pessoas pensantes e sensíveis ainda nesse mundo tão cercado de tristezas...
parabéns!!!
Ruba!
Bom! Sabe que me lembrou de uma música do Chico Buarque...aquela que fala de um garoto que rouba uma carro, sai dirigindo pela contramao...Opa! nao lembro da letra agora ;)
muito bem feito esse retrato da vida de um garoto, como uma cronica sobre a vida sempre por um fio dos moleques de rua e de morro.. muito bom. gostei mesmo.
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