domingo, 26 de fevereiro de 2017

Soneto


As estrelas que lhe emprestam o brilho
Não suportam mais sua usura.
Que credora intransigente e dura
Resiste a rogo por pai e filho?

E cobra juros de mora e multa
Dos pobres astros, já melancólicos.
Um apetite nada católico,
Que a todas galáxias oculta.

Será a bancarrota celeste?
Devedora, a Lua também,
Recorre ao Sol por algum vintém;
E ele já se esconde no leste.

Tudo isso por uma riqueza
Que tem infinda por natureza.

Leonardo Afonso

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