Porque da sede somos o cantil repleto
temos deveres e direitos em obrigações
diversas dos outros que são a seca
no copo vazio onde não aplacam iras
nem votos declarados como prática
da ética: infiéis procuram nas luas
sinais externos de que a vingança
se fará breve e ilusória na hora
em que apenas o sonho for visto
sobre dunas em águas salgadas
meu barco não será seu barco
nem nosso o impulso dos remos
que nos levará as terras opacas
entre espelhos foscos
e o cantil estará pela metade
instante em que nos vemos
sem entendermos as razões
além das órbitas e rotações
por ciúme derramamos o líquido
sobre as faces que na sede
temos o cantil vazio: em areias
encalhamos o barco ao fazermos
as mãos destrançadas em ritmos
e gestos de até logo.
Thirst
As we are
the full cantel for the thirst
we have
duties and rights in different
obligations
from the others who are the
drought in
the empty glass where they
do not
placate ehtics wraths or declared vows
as ethics’
practice: infidels seek on the moons
external
signs that revenge will become brief
and
illusory at the time that only the dream
is seen
above dunes in salt water
my boat
will not be your boat
nor ours
the impulse of oars
which will
take us to opaque lands
between
frosted mirrors
and the
cantel will be in half
moment that
we see ourselves
without
understanding the reasons
beyond the
orbits and rotations
out of
jealousy we pour the liquid
on the
faces that on the thirst
we have an
empty cantel: on sands
we run
aground the boat as we do
with untied hands in rhythms
and
gestures of good-bye.
Marina du Bois
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