quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Cristal
Desabotoa-se por fim a cena
que se desenhava no baço
da janela do sonho (o sonho
é uma espécie de vidraça?)
e tudo o que se realiza vive
da necessidade, agora que
o motor do instante se agita
e vibra sua perfeição. Enfim,
vem à luz a experiência que
se vinha elaborando no laboratório
de algum andar do sonho (o sonho
é uma espécie de edifício?): o mar
nasce de amar, e — cristalinas — águas
sem margens usurpam a cidade,
arrastam inocentes. Os amantes
gozam. É justo que seja assim.
Eucanaã Ferraz
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