Não me verão torrar
em solo infértil.
— Não me verão! Não me verão!
Chove torrencialmente
e minha raiz é seca como é
meu ventre.
Suponho que estender a mão
implica em oferecer o braço
— depois de morta,
doarei meus órgãos, no máximo!
O sol de dezembro dilata-me
os poros;
o sol que cega exala
a falsa bondade nos intolerantes.
— Sol, que gente mais grávida!
Não que eu não ame
o Amor, é lindo
como a frase: clichê.
Mas em vez de gerar, basta-me
renascer.
Como as plantas após a poda,
da dor insurgem ramificadas
Mas não serei a mulher leprosa,
a planta suculenta
que dá de si doidamente.
Eu quero a palma da minha palma,
a embriaguez tão humana
do suco do meu ventre.
em solo infértil.
— Não me verão! Não me verão!
Chove torrencialmente
e minha raiz é seca como é
meu ventre.
Suponho que estender a mão
implica em oferecer o braço
— depois de morta,
doarei meus órgãos, no máximo!
O sol de dezembro dilata-me
os poros;
o sol que cega exala
a falsa bondade nos intolerantes.
— Sol, que gente mais grávida!
Não que eu não ame
o Amor, é lindo
como a frase: clichê.
Mas em vez de gerar, basta-me
renascer.
Como as plantas após a poda,
da dor insurgem ramificadas
Mas não serei a mulher leprosa,
a planta suculenta
que dá de si doidamente.
Eu quero a palma da minha palma,
a embriaguez tão humana
do suco do meu ventre.
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Priscila Lopes é nossa leitora de Florianópolis, SC e acaba de nos enviar os seus poemas. Publicamos aqui este delicioso "Carnívora", quem quiser mais pode conferir o blog da autora aqui.
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Um comentário:
Gostei muito do poema.
Gostaria de saber o email do plástico bolha para mandar uma poesia.
Obrigado
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