terça-feira, 13 de outubro de 2009

Nightwork, um poema de Sebastião Ribeiro

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Deve-se a um erro ou a um equívoco
a distância entre tantos corpos à noite,
que hoje parece voltada em prece a algo;
porém os próprios astros já são coisas
que extasiam o que permite concentrar o
tempo na violência de algumas guitarras,
em seus sons expurgadores.
Considerável esta minha atitude descritivista
em calcular quimeras nas bocas e nos braços que
se descobrem sob a luz das boates;
a poética da sensação é um alívio sem
aqueles ritmos, que mal
pertencem aos corpos.
De que maneira experimentarei
verdade fora dos focos?
Algo em nós se apressa a discorrer
sobre o engano milenar que nos separou;
e de tudo que se escondeu nos banheiros
e becos, te sobra o instinto
carregado de cerveja e tropeço.
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Sebastião Ribeiro
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