No
alto da cidade perdida se encontra.
...onde
os carros correm como se o tempo não existisse.
Pessoas
apressadas esbarram-se por um sopro de ar
Por
uma brisa que os façam respirar...
Na
angustia do relógio que bate o ponteiro
E
o martelo do homem que trabalha fere o prego...
a
mulher suporta a sua dor de cabeça crônica.
Não
escutaram a criança chorar.
Nem
viram o mendigo pedir um pedaço de resto de pão velho.
Caminharam
todos atrás do tempo e da vida que segue quietinha ao lado, sem pedir por
favor.
Uma
gota de lágrima cai do alto do prédio.
Sirenes
interrompem a enfurecida rua. Em um vai e vem coordenadamente descoordenado.
O
sol queima as cabeças até daqueles que usam chapéu. Que ironia, se proteger
tanto.
O
carro bateu.
O
guarda mandou as pessoas seguirem sem dar atenção. Quantos morreram? –
Perguntou a senhora com o cachorro.
E
a criança engole o choro, sem atenção, ela cresceu já não é mais criança.
As
janelas se fecham tentando impedir que a cidade entre.
Na
cidade começa a chover, guarda chuvas abertos, ninguém pode se molhar.
A
vida é dura de mais para estar molhado – disse um com pressa.
No
alto o homem chora soluçante na cidade que não lhe pertence mais
Chora
o homem como criança novamente.
Escuta
o som dos passarinhos que avista no prédio ao lado.
E
enxerga o mar distante, se refresca com o vento que supõe vir de lá.
O
prédio fica pra trás, seus pés flutuam no ar.
O
vento o carrega como uma dança, uma grande valsa, alegra-se em pensar como um
bailarino. Um grande e famoso bailarino.
Ele
agora sorri apenas.
Ele já não chora mais.
Rafael Rodrigues
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