sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Desafio poético das vogais

SEM U

Entre topografias e constelações
afloram centelhas poéticas,
dissipam-se fins e começos,
idas e vindas da 
viagem entre o
açafrão e o carmim.


SEM O

Mileumahistórias da mulher nua
sua vulva, medula e unha
miúdas pedras preciosas
exalam perfumes
alvuras e aragens.
Numa viagem impura
Pura miragem.

SEM I

Do eco do oco do coco
soam ondas de
águas doces.
Do verde vertem
volutas sonoras
sol-vento-mar
vaga-rosa
a tarde vem.



Só a sós
sem sol
tudo nublado


Ave pousa
em pausa
repousa


SEM E

Folha branca,roupa alva
anunciam líquidas linhas.
Traços, riscos, línguas
conjugam novos sons.
Garatujas, palavras
ritimizam o conto-canto.
No agora as mãos
criam o vazio.
Afirmação do mundo.


Ângela Quinto

Um comentário:

Consuelo de Paula disse...

Lindíssimo!