Descamasse talvez teu ritmo de braços e neutrinos
algo de infinito e além no ângulo de tua orelha. Há poetas feitos de orelhas
Poetas feitos da carne do sol
Poetas além de Orfeu como lastro aos mortos de março.
Há poetas com sede de cromo e prosas na alameda
Há poetas de leite materno e consolo estival
Poetas de madeira e jade, poetas de Celan
E a poesia é sobre seu cerne alado.
“Amor, daremos aos que passam qualquer boca de lábios secos”
Há poetas feitos de orelhas vertendo seus Ícaros informes.
Queimando o ar a terra e difundindo-os
pensando na lama e no beijo no gosto inverossímil do teu riso.
e sigamos com todos, sozinhos
Heitor de Lima
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