Tem horas que me dá um calafrio,
Que um sopro melancólico me invade,
Nos braços me percorre um arrepio,
Na alma a sensação é de vazio
E logo me dou conta que é saudade.
Tem horas que me pego pelos cantos
Sem ânimo, sem brilho, sem vontade,
Eu tento ver, com garra, se suplanto,
Contudo sou vencido, caio em prantos
E logo me dou conta que é saudade.
Meu coração dispara, dói-me o peito,
Cogito duvidar da sanidade,
Do juízo, que outrora foi perfeito,
Já não durmo, nem como mais direito
E logo me dou conta que é saudade.
As vezes não importa o que eu faça,
Não acho coisa alguma que me agrade.
Qualquer prazer a mente já rechaça,
O mundo já não tem mais tanta graça
E logo me dou conta que é saudade.
Nada para,
Segue o jogo,
Rio que corre,
Dor que arde.
Nada para,
Todos amam,
Só meu peito
Faz alarde.
Nada para,
Tudo gira,
Só meu mundo
Que se evade.
Então logo
Me dou conta:
É saudade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário