VIADO: é o recado
Que os meninos me atiram
Junto à mesa.
O vento carrega os papéis
Sem sobreaviso.
“Nos dias de chuva,
Ninguém consegue trabalhar”.
No pátio uma sirene
Perfura a palidez da tarde
Conspirando em silêncio
Com a tempestade
Que segue varrendo
A solidez dos ideais.
Depois do lanche
A classe eufórica me afoga
Com seus gritos -
Dentro do peito, porém
Ausculto uma ressaca
Inaudível
Que faz tremer o corpo
Inteiro, com o pavor
Da criação.
Marco Aurélio de Souza
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