Nem é preciso dizer
você já sabe: eu
sou
o sujeito aqui
desse enunciado.
Estou entretanto
fora dele
e de fora
o observo
espantada.
Pra falar do eu
(que seja o meu
ou o seu –
esse que em todos fala)
substantivo-me
masculina
num passe de mágica:
traumática, sequer,
a operação gramática
em todo caso
não doeu.
Aos trancos e barrancos
entre cacos
estilhaços
seguimos lado a lado:
o eu
homem de palavra
e eu
que sempre
de um passo
o ultrapasso.
Patricia Lavelle
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