sexta-feira, 16 de março de 2018

Um poema para Marielle Franco, de Beatriz Strattner



Com ela morreu um pouco de todas nós
Ela morreu por nós
A luta dela é nossa luta

HOJE AS MINHAS PALAVRAS SÃO NULAS. Eu não consigo parar. Não dá pra parar.
Hoje a gente percebe que não são só estatísticas.
Hoje a gente se une novamente. 1 semana depois da união de todas as mulheres no mundo. Hoje a gente se une por que MAIS UMA DE NÓS FOI MORTA. FOI OPRIMIDA, FOI REPRIMIDA.
EU sou ofendida todos os dias, NOIS somos ofendidas todos os dias.
A luta de uma é de todas
A morte de uma é por NOIS
A vida de uma é por nois é por todas é por uma é pra sempre.
Eu não sei o que fazer
Não sei o que achar
Meu mundo parou
Simplesmente parou
Meu coração entrou em transe assim como de todas a mulheres mortas vivas HOJE.
HOJE. AMANHÃ. ONTEM. Quando?
Quando?
Quando? A gente consegue não ser morta
Quando? A gente consegue viver
Quando, A gente consegue ser você?
— Eu não quero. Eu quero ser eu. Quero ser a porra de mim mesma. Sem temer
— Sem tu, temer

Beatriz Strattner


Beatriz Strattner é aluna de primeiro ano do Ensino Médio no Rio de Janeiro.

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