De tempo em tempo me estranho. Deito no divã de
Gabriela. Deito no silêncio e nas palavras que me compõem. Denuncio-me.
Descubro o encoberto: por vezes não acompanhamos nossas próprias mudanças. Meu
carnaval nem sempre vai coincidir com a agenda da cidade. O sagrado e o profano
dançam em mim num ritmo particular. Meu corpo mudou. Minhas costas mudaram – as
gorduras agora se acumulam nelas, e outros excessos também. Transitando entre
intransponíveis e transposições, novo fim; novo começo. Rio. E penso se é
escolha de Sofia transportar Francisco.
Renata Rosa
Renata Rosa é nossa colaboradora de Santa Cruz, Rio
de Janeiro.
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