quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Quarteto Bororo, poema de Carlos Andreas

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acompanhamento das vozes
e chocalhos feitos da cabaça verde
do cascalho-caingá e o corifeu
enchendo de pancadas secas o silêncio

modulando em crescendos e
decrescendos os dançarinos cegos
em alternâncias de vibrantes cantos
de língua baixa de articulações pesadas

de velha viúva sustentada em graves
horas a fio sobre o luto de cinco maridos
e do tempo feliz em que jamais lhe faltavam
a mandioca o milho a caça e o peixe

Carlos Andreas
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