segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Na minha língua


Na minha língua não se conjuga o verbo que sou eu
Em qualquer tempo, em qualquer momento,
De qualquer modo.

Na minha língua, não completa o meu espaço de sujeito
Qualquer que seja o elemento
que se enquadre naquele espaço.

Na minha língua os elementos devem passar pela aprovação
de um signo, que designe a sua capacidade de expressão.
Depois sim, vamos determinar que tipo de relação será travada
com os signos que há em mim.

É da classificação que surge o encaixe,
no espaço devido da minha sentença.
Relação paradigmática com o outro,
que se dá em ausência.

Eu enquanto sujeito ou verbo?

Na minha língua, forma não se define sem substância,
E é uma dicotomia constante não poder separar os dois...
A visão tem que ser completa
conceito e som, mas sem norma.
Primeiro paradigma, depois sintagma
depois o magma que eu espero e desejo de uma sentença bem conjugada e possível de ser falada em mais alto e bom português.

Eu enquanto objeto, só participaria do predicado
E eu não aceito orações subordinadas nas minhas relações.
Apenas somas, coordenações de mundos, conjunções adversativas
Não se encontram nesta gramática. Então, um dia, existirá uma relação sintagmática.

Mas há um mistério ainda não desvendado por essa Lingüística...
Será que a minha língua pode ser falada?
Ou ainda... Será passível de ser traduzida?

Um comentário:

Tania W.S disse...

Eu achei o máximo o jogo de ideia e forma,metaforicamente aliando as relações sintáticas X vida . Parabéns, minha filha! Por que não continua a escrever? Sinto talento no seu texto......