Faz tempo e tempo e tempo, mas sei que estive aqui com os
pés
enterrados nesta areia e a água nos tornozelos porque o
aroma é
peculiar e familiar, paira no ar, maresia áspera em mistura
com
cheiro de mato molhado pela chuva invernal na beira da
praia, e o
seu hálito quente e parecido com jasmim dizem que as
donzelas
emanam assim e é verdade pelo menos com você no seu caso que
pude sentir naquele dia de sol recém-nascido tardio parido
das
nuvens escuras que mandaram chuva para molhar o mato e fazer
surgir esse aroma misturado com o seu e também o sol saído
veio
alumiar sua pele bronzeada em parte e em parte branca por
sob o
maiô, que saquei, não propriamente saquei mas retirei com
cuidado, desamarrando os nós enquanto você olhava meus
desajeitados movimentos quando lhe ergui nos braços e lhe
fiz
deitar na areia dura e o mar vindo e voltando em nossos
corpos.
João Luiz Azevedo
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